Os deputados espanhóis, com exceção daqueles do opositor Partido Popular (PP, direita), aprovaram nesta quinta-feira, em caráter definitivo, a Lei de Pesquisa Biomédica, que permitirá a clonagem com fins terapêuticos e, em hipótese alguma, para casos reprodutivos, contrariando uma determinação da Igreja Católica.
Esta lei permitirá que os cientistas espanhóis avancem na pesquisa da clonagem terapêutica, na qual são depositadas grandes expectativas médicas, mas que foi o tema mais discutido da norma aprovada.
A clonagem terapêutica consiste em transferir um núcleo da célula adulta de um paciente para um ovócito ao qual foi extraído previamente seu núcleo, com a finalidade de reprogramar seu crescimento celular e tentar reorientá-lo para a criação de órgãos e tecidos que depois podem ser transplantados no paciente para tratar alguma patologia.
A lei proíbe “expressamente” a clonagem de seres humanos (clonagem reprodutiva) ou a criação de embriões destinados à pesquisa, embora permita a utilização de qualquer técnica de obtenção de células-tronco embrionárias humanas com fins terapêuticos ou de pesquisa, sempre que isto não leve à criação de um pré-embrião ou de um embrião exclusivamente com este fim.
A lei também pretende estabelecer pautas de coordenação de organismos e instituições públicas e privadas, dedicadas à pesquisa biomédica, e estabelece normas para a regulamentação.
Segundo a imprensa espanhola, com a aprovação desta lei, a Espanha se torna o nono país do mundo e o quarto da Europa a legalizar a clonagem terapêutica depois de Grã-Bretanha, Bélgica, Suécia, Japão, Austrália, Israel, Coréia do Sul e Cingapura.
Fonte: Último Segundo