John Glenn, 95 anos, cristão, foi o primeiro astronauta norte-americano a viajar na órbita da Terra, em 1962. Ele faleceu na última quinta-feira, 08 de dezembro.
Conhecido em seu país como um homem de profunda fé, ele costumava dizer que suas jornadas espaciais fortaleceram sua convicção de que Deus existe. “Olhar para este tipo de criação e não acreditar em Deus é impossível. Isso só reforçou a minha fé”, disse ele em uma entrevista concedida em 1998, quando fez sua última viagem ao espaço, aos 77 anos.
O astronauta afirmou que quando estava fazendo seu trabalho no espaço, em todas as viagens, sempre orava. Em Ohio, seu estado natal, era membro da Igreja Presbiteriana, além de ter ocupado uma cadeira no Senado, pelo Partido Democrata, durante 25 anos, segundo informações do Washington Post.
O cientista Mark Shelhamer, docente de medicina na Universidade John Hopkins comentou o legado do astronauta: “John Glenn sempre foi um exemplo paradigmático de alguém que tinha uma firme fé antes de ser um astronauta, e que teve a fé fortalecida em sua experiência no espaço”, disse Shelhamer, que também chefia o departamento de pesquisa no Centro Espacial da NASA.
Como um homem da ciência, Glenn afirmou que era favorável ao ensino do evolucionismo nas escolas públicas, pois a seu ver, os registros da ciência não eram contraditórios com a fé em Deus: “Eu não sou menos religioso por apreciar o fato de que os registros da ciência mudam com o tempo, isso é um fato. Isso não significa que não pode haver algum poder maior do que nós, que está por trás de tudo o que está acontecendo”, conceituou, em uma entrevista dada em 2015 à agência Associated Press.
O exemplo de John Glenn foi repetido por outros astronautas, que deixaram expressas suas convicções em Deus em suas carreiras e viagens ao espaço. Dois exemplos são James Irwin e Buzz Aldrin.
Irwin já era cristão quando foi à lua, e de lá, voltou convencido que deveria dedicar sua vida ao Evangelho e fundou a entidade missionária High Flight Foundation. Em 1991, ele faleceu aos 61 anos.
Já Aldrin, que era um ativo membro da Igreja Presbiteriana, decidiu realizar a ceia memorial na lua. “Na gravidade da lua, o vinho foi colocado lentamente no copo”, relembrou o astronauta, posteriormente.