O movimento Black Lives Matter ganhou fôlego após o assassinato de George Floyd, e a comoção do caso mobilizou inúmeros artistas, atletas e figuras públicas a se juntarem à causa, mesmo com sinais em diversas cidades dos Estados Unidos indicando que os manifestantes não agem pacificamente.
Agora, ações de constrangimento têm sido registradas mundo afora, e o caso de uma mulher que se negou a acatar a imposição de uma verdadeira turba de manifestantes acabou viralizando no Twitter. Uma das ativistas, inconformada com a recusa da mulher em cerrar o punho e ergue-lo, um símbolo do movimento, questionou: “Você é cristã?”.
O vídeo, publicado pelo jornalista Frederick Kunkle, do The Washington Post, mostra um grupo de ativistas protestando em Washington, DC, numa manifestação que constrangeu clientes de restaurantes a aderirem ao movimento, acusando-os de cumplicidade com as agressões contra negros se não se juntassem ao ato: “Silêncio branco é violência”.
Lauren B. Victor, que estava sentada na calçada de um restaurante, não cedeu à pressão e se recusou a fazer o gesto, o que gerou revolta e levou a ativista a questionar se ela seria cristã. Em algumas manifestações, ativistas do Black Lives Matter têm tentado impedir a realização de cultos e até agredido fiéis que se negam a cerrar os punhos ou se ajoelhar, outro símbolo do movimento.
“Senti que estava sendo atacada”, disse Lauren, que trabalha como planejadora urbana, acrescentando que sentiu ser errado mostrar apoio sob coação. “No momento, não parecia certo”, reiterou.
“Eu não estava realmente assustada. Achei que eles não fariam nada comigo. Estou muito com eles. Eu tenho marchado com eles por semanas e semanas e semanas”, disse a mulher, afirmando compreender a raiva dos ativistas, mas mantendo sua autonomia de não sucumbir à acusação infundada de agressão a negros por simplesmente não obedecer à turba.
1) In a scene that played out several times Monday, a Black Lives Matter protest that began in Columbia Heights confronted White diners outside D.C. restaurants, chanting “White silence is violence!” and demanding White diners show their solidarity. #DCProtests pic.twitter.com/fJbPM76vb0
— Fredrick Kunkle WaPo (@KunkleFredrick) August 25, 2020