A pequena população Cristã da Terra Santa está em perigo de extinção e os poucos que permanecem estão a envelhecer ou dispostos a partir caso surja uma oportunidade de trabalho noutro lugar.
“Estamos a morrer”, disse Nabil Massis, de 50 anos de idade, residente na Cisjordânia, que parece mais velho do que é e está sem emprego há anos, de acordo com a Cox News Service. “Quem tem uma oportunidade de sair por um emprego sai.”
Em Taybeh, na Cisjordânia – o último povoado inteiramente Cristão da Terra Santa – houve nove a dez mortes nos últimos dois meses, comparados com apenas quatro nascimentos.
O Presidente da Câmara, David Khoury, admite que as taxas altamente desproporcionais de nascimentos e óbitos são “um grande problema.”
A baixa taxa de natalidade e a elevada taxa de mortalidade, associada ao fluxo de emigração, tornou a extinção de uma população Cristã com 2.000 anos de presença no local do nascimento da religião uma possibilidade desoladora, mas real.
Actualmente, restam apenas cerca de 1.300 pessoas em Taybeh – metade de há 40 anos atrás.
Mas os líderes religiosos e públicos estão a trabalhar num plano de “contra-ofensiva” e lançaram recentemente novas iniciativas para estimular a economia e convencer as novas gerações a ficar.
“Toda a gente nos costuma pedir a mesma coisa: ‘Dêem-nos emprego. Adoramos o nosso país, família e aldeia, mas dêem-nos um trabalho’”, diz à Cox, Raed Abu Sahliya, de 43 anos – pároco da Igreja Católica em Taybeh.
A Igreja Católica de Taybeh respondeu à necessidade criando dezenas de postos de trabalho na escola e no centro médico da igreja, recorrendo a doações provenientes principalmente da diocese de Florença, em Itália. Construiu também uma casa de repouso para peregrinos e uma enfermaria com 18 camas.
Outros novos acréscimos incluem uma oficina de cerâmica e artesanato e uma nova prensa de azeitonas para produção de azeite virgem extra, vendido nos Estados Unidos, França e Austrália.
A cidade conseguiu também, no ano passado, apoios de fundos internacionais para o desenvolvimento para reparar estradas e casas históricas na esperança de atrair mais turistas. Outros projectos de construção pública incluem a instalação no subsolo de linhas eléctricas e telefónicas, bem como a construção de sistemas de esgoto.
“Todos estes projectos são concebidos para que as pessoas permaneçam”, disse o padre Abu Sahliya. “Somos o último castelo. Somos o único bairro inteiramente Cristão que ainda resta na Terra Santa.”
Apesar do esforço, cinquenta pessoas deixaram a vila desde o início das medidas, partindo a maioria para os Estados Unidos.
Os Cristãos Árabes perfazem, no geral, menos de dois por cento da população da Terra Santa (territórios Israelitas e Palestinianos), tendo caído de quinze por cento ao virar do século passado.
Fonte: Christian Today e Gospel+