Um escritor e professor israelense afirmou durante uma entrevista que as ferramentas de inteligência artificial podem escrever uma nova Bíblia, que seja politicamente correta e funde uma nova religião.
Yuval Noah Harari, que é conselheiro do Fórum Econômico Mundial, disse acreditar que a inteligência artificial (IA) poderá alcançar “a verdade” sobre a existência humana e criar uma nova Bíblia. Ele também disse que “o futuro da humanidade” passa pela IA.
O raciocínio do escritor é que tudo que é lido sobre religião atualmente é resultado da mente humana, deixando implícita sua incredulidade a respeito da inspiração divina.
Nesse contexto, afirmou: “A imprensa imprimiu tantas cópias da Bíblia quanto Gutenberg as instruiu, mas não criou uma única página nova. Não tinha ideias próprias sobre a Bíblia. É bom, é ruim, como interpretar isso, como interpretar aquilo”.
“A IA pode criar novas ideias. Pode até mesmo escrever uma nova Bíblia”, acrescentou Hararai, afirmando em seguida que esse texto seria o primeiro material produzido por uma “inteligência sobre-humana”.
“Ao longo da história, as religiões sonharam em ter um livro escrito por uma inteligência sobre-humana, por uma entidade não-humana. Toda religião reivindica … todos os outros livros das outras religiões, eles, humanos, os escreveram. Mas nosso livro, não, veio de alguma inteligência sobre-humana”, insistiu.
De acordo com informações do portal The Christian Post, as três religiões abraâmicas do mundo compreendem mais de 3,8 bilhões de pessoas ao redor do mundo. Na visão de Harari, a IA pode finalmente oferecer o que ele afirma ser uma religião “correta” para as massas.
“Em alguns anos, pode haver religiões realmente corretas. Basta pensar em uma religião cujo livro sagrado é escrito por uma IA. Isso pode ser uma realidade em alguns anos”, especulou.
Harari, que é gay e escritor best-seller de Sapiens: Uma Breve História da Humanidade (2014) e Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã (2016), refere-se à Bíblia como um livro de “mitos” e somente “histórias”.
Em 2018, afirmou que os cristãos são um povo “trancado dentro de uma bolha mitológica auto-reforçada, nunca ousando questionar a veracidade factual da Bíblia”.
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