O escritor Dan Brown lançou recentemente seu novo livro, Origem, e novamente fez declarações polêmicas a respeito da religião, como forma de promover seu mais novo romance. Ele já havia enfurecido a Igreja Católica em 2003 com O Código da Vinci, ao sugerir que Jesus teria se casado e tido filhos.
Agora, o personagem Robert Langdon terá que desvendar um enigma que surge em seu caminho, após um amigo alegar ter descoberto a origem do homem e prometer revelá-la ao mundo, destruindo as religiões monoteístas.
De acordo com informações da agência FolhaPress, o escritor concedeu uma entrevista coletiva na Feira do Livro de Frankfurt na última quinta-feira, 12 de outubro, e disse que o fim de Deus está próximo.
“Historicamente, nenhum deus sobreviveu à ciência. Com os avanços da tecnologia, a necessidade de um Deus exterior, que nos julga, vai desaparecer”, disse Dan Brown, afeito a afirmações fortes.
Antes da polêmica com O Código da Vinci, Dan Brown já havia causado rebuliço no Vaticano com o livro Anjos e Demônios (2000), ao sugerir um conflito entre teólogos e defensores da ciência infiltrados na sede da Igreja Católica. Ambos os títulos viraram filme em Hollywood, assim como o seu penúltimo romance, Inferno, que se inspira na obra homônima de Dante Alighieri.
Dan Brown é um autor afeito à polêmica, e se vale disso para se promover. Ele revelou que seu primeiro livro, Fortaleza Digital, lançado em 1998, foi inspirado em uma música “gospel” composta por seu irmão e que exaltava a Charles Darwin, autor da teoria da evolução, ao invés de Deus.
“Lembro quando meu primeiro livro saiu. Vendemos 98 cópias. E isso graças à ajuda da minha mãe”, disse o escritor, rindo a respeito do fracasso. A experiência mudou e ele se tornou um dos autores mais lidos em todo o mundo, a despeito das críticas de especialistas, que o consideram muito “rasteiro” em termos de conteúdo e trama literária.
“Há uma série de críticos literários que claramente não tem o mesmo gosto que eu. Adoraria dizer que não me abalo com as críticas ruins, mas levo a vida adiante”, comentou, antes de minimizar sua declaração sobre o fim de Deus, pontuando que sua inquietação é com as instituições religiosas que estabelecem ritos para legitimar as experiências sobrenaturais.
O autor foi perguntado, caso seu novo livro vire filme, se gostaria que o ator Tom Hanks voltasse a dar vida ao personagem principal: “Eu amo o Tom Hanks. Sempre me perguntam se eu imaginava o ator quando escrevia as cenas com Langdon. Não, eu só pensava em vender exemplares o suficiente para não perder meu adiantamento”, disse.
Ao final, o escritor revelou que considera o personagem que ele criou alguém muito mais inteligente que ele mesmo: “Uma vez me disseram: ‘Claro que ele não é mais inteligente, tudo que ele diz saiu da sua cabeça, o autor’. É. Mas o que ele diz em poucos segundos eu demorei três dias para escrever”, disse, gerando gargalhadas na plateia.