O prefeito Marcelo Crivella (PRB) despertou a fúria dos movimentos LGBT do Rio de Janeiro ao anunciar que a prefeitura não destinará verbas para a organização da Parada Gay na cidade por causa da crise econômica.
A decisão gerou acusações de que Crivella – que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus – tem “preconceito contra cidadãos LGBTs”, de acordo com informações da Rádio Nacional.
“O Executivo do Rio de Janeiro tem sido criticado pela decisão de não patrocinar as paradas do orgulho LGBT e com a falta de dinheiro a festa em Copacabana não tem data para ocorrer e a de Madureira que constava no calendário do mês da diversidade da própria prefeitura foi adiada de 29 de outubro para 25 de novembro”, diz o texto publicado no site da emissora.
Em entrevista coletiva, Crivella negou as acusações e explicou os motivos da decisão: “Não tem [preconceito] mesmo. Nós temos uma secretaria [da diversidade], que temos apoiado. Agora, todos sabem que estamos vivendo um problema de crise grande”, explicou.
“As pessoas também reclamam: ‘Crivella, nós temos que reabrir todas as atividades sociais dos idosos’; ‘Crivella, nós precisamos colocar mais recursos nos hospitais’; e coisas do tipo. Agora, de onde vêm esses recursos, se caiu tremendamente a arrecadação e herdamos uma dívida de R$ 4 bilhões?”, questionou o prefeito.
Polêmicas
Marcelo Crivella vem adotando uma postura que tem incomodado setores da sociedade. Recentemente, anunciou que não permitiria que a exposição “Queermuseu” entrasse em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR).
Uma negociação entre os produtores e a direção do espaço artístico vinha sendo feita para expor as pinturas com apologia à zoofilia, pedofilia e vilipêndio a símbolos religiosos.
No começo deste mês, Crivella sancionou um projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal estabelecendo o dia 14 de abril como o “Dia do Avivamento”, para lembrar o início do movimento pentecostal pelo mundo, marcado pelas reuniões de evangélicos na Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia (EUA), em 1906, lideradas pelo pastor William Seymour.