Um levantamento nacional do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) divulgado na Convenção do Partido Social Cristão (PSC), em Brasília, dia 11/7, revelou que a maioria dos eleitores não teria problema em votar num partido político que defende os valores cristãos. Mas a pesquisa descobriu também que poucos conhecem uma legenda deste tipo. Segundo o relatório apresentado pelo diretor-presidente do IBPS, o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, ao serem perguntados se votariam em um partido político que defende os valores cristãos, 46,1% respondeu que “sim”; 19,9% que “talvez” ou “tanto faz”; e 28,1% que “não”. Mas apesar da evidência de não haver antagonismo, ficou demonstrado entre os entrevistados um sentimento de irrelevância em relação a esta questão. A maioria dos pesquisados, ao serem perguntados se conheciam “algum partido cristão”, responderam “não” (64,1%) ou “não sabem” (20,7%).
Os valores cristãos mais identificados pelos entrevistados foram “amor a Deus” (39%), “amor ao próximo” (28%) e “igualdade” (21%). Os valores da solidariedade, justiça social e dignidade humana também foram considerados, nos resultados, como muito importantes. Outra descoberta da pesquisa foi que para 80,7% a família brasileira está ameaçada, principalmente pela violência (50,2%).
A pesquisa, feita com 2002 entrevistas por telefone, entre 2 e 6/7, em 26 estados e no Distrito Federal, alcançando 157 municípios, também analisou as estratégias e resultados eleitorais do PSC entre 1996 e 2006 e fez recomendações como a de “trazer para o partido lideranças locais, comunitárias, religiosas e outras personalidades de destaque”; “fixar a marca do partido na solidariedade, na igualdade e na dignidade, a partir da preocupação com o social; oferecer propostas concretas (ações legislativas, projetos, petições) para os problemas da segurança e da corrupção”. O estudo está servindo aos dirigentes do partido como uma ferramenta para a construção do projeto PSC 2008.
Nas pesquisas qualitativas, com grupos do Rio de Janeiro (14/6), São Paulo (19/6) e Brasília (20/6), o IBPS descobriu que a população permanece visivelmente contrariada pelo fisiologismo e oportunismo da classe política, e que é favorável à renovação e que preferem os que mostram realizações práticas e concretas. Segundo os analistas, esta atitude vem do fato da população considerar que “partidos políticos são grupos que agem em proveito próprio, não têm ideais”; e que “partidos políticos só aparecem em época de eleição”.
Fonte: Agência Soma