Um grupo internacional de arqueólogos descobriu nas montanhas nevadas da Mongólia uma múmia congelada de 2.500 anos, tão bem preservada que seu corpo foi encontrado completo, com cabelos loiros, tatuagens e até mesmo um chapéu de feltro.
O presidente do Instituto Arqueológico Alemão, Hermann Parzinger, enalteceu o “fabuloso achado” durante uma entrevista coletiva, em Berlim, ao apresentar a equipe de 28 cientistas responsável pela descoberta.
A múmia, de um guerreiro Scythian – povo nômade iraniano – foi encontrada em junho a 2.600 metros de altitude nas Montanhas Altay em uma elevação tumular ou “kurgan”.
Segundo Parzinger, a tumba estava praticamente intocada quando a equipe de cientistas a descobriu.
“Nós só precisamos tirar um pouco de pó e pudemos começar” a trabalhar, disse.
Segundo cientistas, a característica mais impactante sobre o homem foi seu cabelo loiro claro, e Parzinger reconheceu que deve ter sido clareado após a morte.
O homem, que aparentemente era abastado, está vestido com um casaco de pele de castor ornamentado com zibelina e lã de carneiro em estado de conservação notavelmente bom, e a pele ainda intacta da parte superior de seu corpo revelou algumas tatuagens.
Dois cavalos com selas e rédeas elaboradamente decoradas, armas e vasilhas feitas de madeira, barro e chifres de animal foram dispostos na tumba ao lado do corpo para acompanhar o guerreiro na próxima vida.
Os itens recuperados estão armazenados em Ulan Bator, na Mongólia. Parzinger disse que até mesmo o conteúdo dos estômagos dos cavalos será examinado para que se conheça como era a vegetação no local dois séculos antes de Cristo.
Segundo Parzinger, até agora vestígios do povo Scythian só haviam sido encontrados do lado russo das Montanhas Altay. Segundo ele, a nova descoberta mostra que seu território era muito mais vasto do que se pensava.
Para o cientista, o gelo ajudou a preservar a múmia e seus pertences, destacando que o aquecimento global também representa uma ameaça para descobertas arqueológicas como esta. Segundo ele, se a tendência continuar, em 20 ou 30 anos não haverá mais nenhum “kurgan” congelado.
Fonte: Último Segundo