Dirigir embriagado e amaldiçoar judeus não está fazendo mal apenas à imagem de Mel Gibson.
O seu novo filme como diretor, “Apocalypto”, pode sofrer consequências também.
A Fox News noticiou que a Walt Disney Pictures, que lançaria o filme em 8 de dezembro, está oferecendo-o a outras distribuidoras. A preocupação da Casa do Mickey, no caso, é se ligar a Gibson em momento inoportuno e ofender o seu público. Caso semelhante ocorreu em 2004, quando a Disney obrigou a Miramax, sua subsidiária, a abrir mão de “Fahrenheit 11 de setembro”.
Na época, o estúdio tomou uma invertida – o documentário de Michael Moore foi distribuído pela Lionsgate e fez mais de 100 milhões de dólares nas bilheterias. Curiosamente, a Lionsgate (que antes de Fahrenheit já assumiu “Dogma” sob as mesmas circunstâncias) é uma das distribuidoras interessadas em “Apocalypto”.
Bem que a Disney poderia ter se poupado do papelão – e da sangria financeira de ter bancado a publicidade do filme até aqui – desde o começo. É evidente que “Apocalypto” não é para qualquer gosto. Como no último filme de Gibson, “A Paixão de Cristo”, os diálogos são todos em línguas ancestrais, no caso, o idioma maia chamado Yucateco. A trama se ambienta seiscentos anos no passado, antes da chegada dos espanhóis à América. Na trama, um homem tem sua tranquila vida brutalmente perturbada e empreende uma luta para vencer a opressão. Quem assistiu às filmagens sabe que Gibson tocou o terror e que o filme não economiza nas barbaridades.
Fora dos EUA, a Icon Productions do ator/diretor detém total controle sobre o filme.
Fonte: Omelete (O Verbo)