MALDIVAS – A relatora especial da ONU sobre Execuções Sumárias, Arbitrárias e Extrajudiciais, Asma Jahangir, chegou às Maldivas no domingo, 6 de agosto.
Asma foi convidada pelo presidente maldivo Gayoom. Ela visitará Male, a capital das ilhas e outros atóis por quatro dias, para avaliar se as Maldivas estão atendendo os acordos internacionais que dão às pessoas a liberdade de escolher sua própria religião. Asma deve se reunir com funcionários do governo, representantes das comunidades religiosas e com grupos da sociedade civil.
O presidente Gayoom prometeu assinar dois tratados internacionais como parte de seu ‘programa de reforma’.
A Convenção Internacional dos Direitos Civis e Políticos (ICCPR, sigla em inglês) e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (ICESCR, sigla em inglês) garantem o direito das pessoas de escolherem que religião querem praticar.
Segundo o programa de reforma, o governo irá assinar os dois pactos em 10 de dezembro.
Defensor do islã
Gayoom gosta de se definir como o “defensor da fé islâmica” nas Maldivas, e geralmente acusa o partido da oposição Partido Democrático Maldivo (MDP, sigla em inglês) de “espalhar o cristianismo”, uma acusação que o MDP nega de forma veemente.
Em um comício do Partido Dhivehi Rayyithunge (DRP, o partido do presidente Gayoom), em 19 de maio, o presidente acusou a oposição de ser composta por ‘comunistas e cristãos’. Ele afirmou que a atividade anti-governamental só começou depois de 1998, quando o governo tomou providências contra os missionários cristãos.
“As atuais atividades anti-governamentais têm suas raízes na decisão do governo de deportar missionários estrangeiros, que trabalhavam para destruir a unidade religiosa do país e espalhar outras religiões, antes de 1998”, ele disse.
“O movimento continua no mesmo ritmo porque eles vêem o poder do islamismo e querem apagar as crenças islâmicas da mente de nosso povo. O objetivo é bastante claro: querem substituir o islamismo por outra religião. Está sendo feito um trabalho concentrado e bem-financiado para converter os maldivos à religião deles (da oposição).”
“Essas atividades missionárias são patrocinadas. Eles têm propriedades e acumularam uma grande riqueza em todo o mundo. Portanto, gastar para fazer propaganda em um Estado pequeno como o nosso é fácil para eles. A fim de atingir suas metas, eles gastam dinheiro para desestabilizar o país, convertendo alguns de nosso povo às crenças deles. Esses convertidos se tornam críticos do governo, gritam nas ruas e fazem manifestações.”
“O povo do país não quer, e Alá não permitirá, a remoção da Cláusula 7, que especifica que a religião das Maldivas é o islamismo”, Gayoom disse.
Tradução: Daila Fanny
Fonte: Minivan News (Portas Abertas)