Com a ascensão de um governo conservador, o momento é favorável para os políticos que desejam dar maior destaque aos seus projetos e, assim, representar o eleitorado. Para isso, o tipo de liderança de algumas bancadas no Congresso Nacional é fundamental, e a evangélica no atual cenário é uma das principais.
Além disso, o ingresso de novos parlamentares também tem contribuído para acirrar ainda mais a disputa pela presidência da Bancada Evangélica, uma das principais bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro durante a eleição e agora em sua gestão.
“Sempre foi um colegiado de amizade”, disse o deputado e pastor Eurico, segundo informações da Folha de São Paulo. “Acontece que chegou muita gente novata. Fazer o que, né?”.
Atualmente cinco nomes estão no pleito para assumir a presidência da bancada. São eles Cezinha de Madureira (PSD-SP); Paulo Freire (PR-SP); Pastor Eurico (Patri-PE); Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ) e João Campos (PRB-GO).
Todos têm em comum pautas em defesa da família e dos princípios bíblicos, como Estatuto do Nascituro, Estatuto da Família, a implantação em rede nacional do projeto Escola Sem Partido, além de ações contra a doutrinação ideológica através das mídias e da ciência.
Definir quem será o líder da bancada, no entanto, é o grande desafio, visto que até o momento não houve consenso entre os diferentes grupos. A decisão que havia sido prevista para fevereiro, precisou ser adiada para março.
“Com um governo conservador, é natural que muitos queiram presidir”, destacou o pastor e deputado Marco Feliciano (Pode-SP).
A intenção da maioria é que não seja preciso realizar eleições, para evitar divisões no grupo, seguindo a tradição de estabelecer o líder por consenso e não pelo voto.
“O que a gente quer é exatamente isso”, disse Lincoln Portela (PR-MG). “Que não haja eleição, que haja, como sempre houve, o consenso”.
A definição da presidência da bancada é fundamental, uma vez que o grupo se torna politicamente organizado, tendo uma agenda específica em comum e assim podendo se articular melhor com o governo Bolsonaro, algo que já foi cobrado por Marco Feliciano na última sexta-feira.