O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, teria se comprometido com uma conversão ao islamismo em algum momento no futuro após ter assistido uma série de TV que narra a história de vida de Ertugrul, pai de Osman I, o fundador do Império Otomano.
A revelação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, na última sexta-feira, 22 de março. Ele contou que durante seu encontro com Maduro no ano passado, o presidente venezuelano lhe disse que ele poderia se converter ao islamismo.
A série de TV que teria despertado o interesse de Maduro na religião islâmica é The Resurrection: Ertugrul (A Ressurreição: Ertugrul). Cavusoglu mencionou o assunto durante seu discurso na Alaaddin Keykubat University em Alanya. Após expor detalhes de suas conversas com Maduro em Caracas em setembro de 2018, o ministro turco contou ainda que mostrou ao presidente venezuelano um vídeo de seu encontro com atores da série de TV.
De acordo com a edição em inglês do portal Sputinik, Cavusoglu mencionou especificamente a reação positiva de Maduro ao filme, dizendo que o presidente venezuelano comentou que “essas séries de TV contam a história do Islã real” e que, graças ao programa, ele abraçará o islamismo “algum dia”.
As declarações do ministro turco acontecem em meio ao atual impasse político na Venezuela, que se intensificou depois que o líder da oposição do país, Juan Guaidó, se declarou presidente interino em 23 de janeiro.
Maduro apelidou Guaidó de marionete dos Estados Unidos, afirmando que a Casa Branca estava mais uma vez tentando apoiar um golpe na Venezuela e queria “desencadear uma guerra do petróleo para invadir nossa pátria e governar aqui”.
Num primeiro momento, os aliados de Maduro para se manter no poder são a Rússia e a China, duas superpotências militares e econômicas que, naturalmente, se opõem aos Estados Unidos. Em um caso de maior acirramento da situação, é provável que países de maioria muçulmana – caso da Turquia, que recentemente teve um impasse diplomático com os EUA – possam se juntar em apoio a Maduro.