Rodolfo Abrantes, ex-vocalista e guitarrista da banda de rock Raimundos, está em turnê solo no Japão em apresentações promovidas por igrejas Evangélicas em Gifu, Aichi e Shizuoka. Depois de uma carreira de sucesso com o Raimundos, de seis discos que juntos venderam mais de 2,5 milhões de cópias, Rodolfo Abrantes decidiu mudar de vida: faz 8 anos que abandonou a carreira artística e a banda que era uma das mais bem-sucedidas da década de 90. Tinha estado duas vezes no Japão, em 2000 e 2001, em shows com o Raimundos – sucesso de público.
Ao desembarcar no Japão no último fim-de-semana para a turnê gospel de voz e violão, Rodolfo concedeu entrevista ao repórter Edson Xavier, da IPCTV. O vocalista relembrou os tempos de Raimundos, e disse que foi convertido dentro de casa, pela esposa Alexandra Horn.
A decisão de abandonar a banda no auge do sucesso causou espanto da mídia e dos colegas do Raimundos – Digão, Caniço e Fred – que não entenderam nada. Foi o príncipio do fim da banda. Rodolfo não se compara a outros artistas convertidos já que ele, ao contrário de outros, deixou a banda no auge da fama.
Nascido em Brasília, berço do rock brasileiro, Rodolfo Gonçalves Leite de Abrantes foi criado no conforto da classe média-alta. Filho de pais médicos, desde criança tomou gosto pela música.
Em 1987 juntou-se a Digão, um amigo de infância e formou o Raimundos, uma banda despretenciosa para fazer cover da banda Ramones e tocar em bares da cidade. Após a gravação de uma fita demo que fez sucesso, a banda passou a ser reconhecida pela mídia e por outras bandas, que começaram a convidá-los a tocar no Rio de Janeiro. Chegaram a abrir apresentações de Camisa de Vênus, Ratos de Porão e Titãs, até que veio realmente o sucesso. Rodolfo Abrantes conquistou o Brasil e se transformou em uma estrela do rock.
Na época o roqueiro compunha e cantava músicas com conteúdo indecente e repleto de palavrões e imoralidades. E hoje revela que vivia, sempre, sob o efeito de drogas.
Depois que saiu do Raimundos, Rodolfo deu início a um novo projeto musical, com a banda Rodox, que iria pôr a palavra de Deus em músicas de rock. Chegou a gravar dois CDs, até a dissolução da banda em 2004.
Mais maduro nos seus novos ideais, Rodolfo deixou de lado o sucesso para se dedicar ainda mais à eligião. Em 2006 lançou seu primeiro trabalho solo e assumidamente gospel, o CD “Santidade ao Senhor”, com letras ainda mais explícitas quanto a sua nova fase. E no ano passado lançou o segundo CD da carreira solo, “Enquanto é Dia”. A mulher de Rodolfo, Alexandra Horn, é quem cuida da venda dos CDs durante a turnê atual no Japão.
Na entrevista, o ex-roqueiro disse que não se considera mais um artista e que não lhe faz falta o sucesso, o dinheiro e os fãs de uma década atrás. Mas admitiu que ainda hoje as pessoas lhe reconhecem na rua e param para fotos e autógrafos. Contou que nunca mais teve contato com os ex-colegas da banda Raimundos.
Fonte: IPC Digital