A decretação da prisão do ex-presidente Lula (PT) pelo juiz Sergio Moro após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar o habeas corpus preventivo levou os militantes de esquerda a fazerem ameaças de protestos mais radicais contra o cumprimento da sentença de 12 anos e 1 mês de prisão à qual o petista foi condenado.
O juiz Sérgio Moro decretou a prisão de Lula no final da tarde de ontem, 05 de abril, oferecendo ao ex-presidente a oportunidade de se entregar à Polícia Federal até as 17h00 desta sexta-feira.
Antes da decretação da prisão, o Partido dos Trabalhadores havia emitido uma nota oficial sobre a decisão do STF, dizendo que a legenda “defenderá esta candidatura nas ruas e em todas as instâncias, até as últimas consequências”, fazendo referência à pretensão de Lula de ser candidato à presidência da República nas próximas eleições, mesmo sendo ficha suja.
Após a ordem de prisão se tornar pública, a ameaça subiu de tom, tendo como protagonista o militante dos movimentos sociais Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL à presidência: “Moro acaba de decretar a prisão de Lula. Não assistiremos passivamente. Haverá resistência democrática”, escreveu em seu perfil no Twitter.
O inconformismo com a condenação do ex-presidente vem sendo expressado pelos integrantes do PT em tom de ameaça há meses. Em janeiro, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do partido, declarou que “para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente”.
João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do MST, também fez ameaças: “Há uma tendência geral de se ter um ‘abril vermelho’ ao quadrado, em caso de insucesso da defesa do Lula”.
Nesse contexto, o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, questionou: “Seria esclarecedor se o partido vier a público explicar o que quer dizer exatamente esse ‘até as últimas consequências'”.