O frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcus Vinícius Santos Catarino, 31, foi ouvido na 1ªCP (Delegacia dos Barris) na última quinta-feira, 29, sob acusação de destruir uma imagem da igreja católica Nossa Senhora de Santana, localizada no Aquidabã. Ele foi ouvido pelo delegado titular Omar Leal e liberado em seguida. ”Não fui convencido de que ele agiu com o propósito de danificar a obra”, informou.
O caso aconteceu por volta das 11h, quando alguns fiéis oravam enquanto seis funcionários dedicavam-se ao trabalho de restauração do altar do Santíssimo Coração de Jesus, ao lado do principal. Um dos funcionários viu o homem em cima do altar de São Benedito com a estátua nas mãos acima da cabeça. “Ei, que serviço é esse?“ gritou, achando se tratar de um restaurador. O jovem assustou-se e, na fuga, jogou no chão a imagem de São Benedito com o Menino Jesus nas Mãos, de importante valor histórico, danificando-a completamente.
Marcus Vinícius correu, mas foi detido por policiais militares. Na 1ªCP, ele declarou que tomava remédio controlado. Segundo o delegado, ele tem ficha limpa. ”Percebemos logo que ele tem problemas”, disse Leal, fundamentado apenas no argumento da mãe, que levou uma receita de remédio ”tarja preta” para a delegacia. O desempregado Marcus Vinícius informou que tomava o antidepressivo Diazepan em Ilhéus, onde morava, mas suspendeu a medicação porque ”estava dando muito sono”.
Ele contou que frequenta diariamente a Igreja Universal do Reino de Deus, no Aquidabã, onde está acontecendo a Corrente dos Revoltados. ”Nasci revoltado, sou revoltado e vou sacrificar ”, é o lema que está escrito no fundo do encosto de todas as cadeiras do templo. “A corrente fala da revolta do homem e que ela é causada pela perseguição do demônio“, disse.
Na quarta passada, um dia antes de depredar a imagem católica, Marcus Vinícius assistiu a uma palestra proferida pelo Pastor Jairo. ”Ele lembrou de uma passagem do Evangelho que fala sobre a destruição de imagens, e citou como exemplo a Igreja de Santana, que é a mais próxima”, disse Vinícius, ressaltando, no entanto, que o pastor não lhe sugeriu nada.
No dia seguinte, ele conta que, ao passar pela frente da Igreja de Santana, sentiu ”uma coisa estranha” que o fez entrar. Sentou em um banco, nos fundos. ”Quando olhei para o lado, vi uma imagem de cor negra segurando Jesus Cristo. Achei que era o demônio que estava sorrindo para mim”, disse. Ele explica que subiu no altar porque queria ”tocar na imagem para provar que não era”.
Fonte: A Tarde