Um cinturão protestante envolve as capitais do país. É o que aponta a pesquisa Datafolha publicada em caderno especial na edição da Folha deste domingo.
A pesquisa mostra que os evangélicos representam 29% da população das regiões metropolitanas (sete pontos acima da média nacional). Nelas, a proporção de católicos (55%) fica nove pontos abaixo da média nacional.
O avanço evangélico nas periferias metropolitanas pode ser explicado pelo perfil dessas regiões –carentes de serviços públicos e submetidas a altas taxas de criminalidade– que abrigam populações de baixa renda e baixa escolaridade, conforme mostra a pesquisa.
“As igrejas pentecostais chegam aonde a Igreja Católica não entra. E estimulam a incorporação de pessoas à sociedade através de diferentes redes de sociabilidade”, diz Edlaine de Campos Gomes, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Corais, grupos de teatro e de oração estão entre essas redes, mas o resultado que os fiéis mais exaltam é a suposta melhoria das finanças e a obtenção de serviços e empregos por meio do convívio com outras pessoas –ou graças às orações, como crêem.
“Ao parar de beber, fumar, já há um regramento do orçamento”, diz Ronaldo de Almeida, professor da Unicamp e pesquisador do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Fonte: Última Hora News