Numa mostra de seu crescimento na Guatemala, a igreja evangélica inaugurou neste domingo (27) um templo monumental para 12.000 pessoas na capital do país, um complexo de 113.000 metros quadrados construídos que custou US$ 29 milhões.
“Queríamos que fosse majestoso, para que as pessoas dêem conta que podem fazer coisas grandes na Guatemala”, disse o pastor principal da Fraternidade Cristã da Guatemala, Jorge H. López.
A inauguração do templo, o maior da América Latina, e a candidatura de um pastor à presidência do país refletem o crescimento das seitas pentecostais da Igreja Evangélica nos últimos anos na Guatemala, uma nação historicamente católica. Na década de 1970, dados oficiais indicavam que mais de 90% da população era católica.
Não existem estatísticas oficiais recentes, mas um estudo do Serviço de Evangelização para a América Latina indicou que em 2003, 25% da população era evangélica, e 50%, católica. Em algumas regiões os evangélicos seriam 35%.
As igrejas evangélicas florescem em todo o país. Algumas são muito modestas. Outras, como a que foi inaugurada hoje, são suntuosas.
A Fraternidade Cristã da Guatemala foi criada há 30 anos e vem mudando constantemente de lugar para acomodar um número cada vez maior de fiéis, que hoje são 13.000.
Além dos grandes templos, as chamadas “mega-igrejas” chegam aos fiéis através de programas de rádio e televisão, tornando seus pastores celebridades nacionais.
Foi o caso do bispo Harold Cabelleros, da igreja El Shaddai, ou Casa de Deus, que lançou em seu programa de rádio sua candidatura à presidência da Guatemala para as eleições de 9 de setembro.
Antes do terremoto de 1976, as igrejas evangélicas tinham pouca penetração entre a população, mas com o desastre as igrejas dos Estados Unidos enviaram ajuda para os desabrigados e, junto com os alimentos e materiais, missionários.
Segundo a Igreja Católica, a repressão aos padres e catequistas contribuiu em parte para a perda de fiéis na década de 1980, a época mais sangrenta da guerra civil que assolou o país durante quase quatro décadas.
Também teve influência a penetração de evangelistas pela televisão, como Jimmy Swaggart e Jim Bakker, nos anos 80. É nessa época que começaram a ser erguidos os gigantescos templos evangélicos na Guatemala.
Entretanto, para López o crescimento se deve ao fato de sua mensagem para as pessoas serem “coisas práticas que podem ser utilizadas no dia-a-dia”. (AE)