Conhecido no meio cristão por livros que ganharam repercussão mundial, o famoso autor Max Lucado contou detalhes de um passado doloroso para ele, ao revelar informações sobre o abuso sexual que sofreu “nas mãos de um homem adulto”.
Às declarações de Lucado foram dadas no último dia 13 para o jornal Dallas Morning News. Ele contou que tinha uma juventude bem encaminhada, até que foi vítima de um “predador”, termo geralmente utilizado para definir criminosos pedófilos que vivem à procura de crianças para abusar.
“Eu tinha idade para jogar beisebol, futebol americano e andar de bicicleta, mas não para processar o que cruzou meu caminho naquele ano: o abuso sexual nas mãos de um homem adulto”, disse ele.
O autor cristão lembrou o que também é possível observar no perfil de alguns pedófilos criminosos, que é a capacidade de se aproximar de suas vítimas de forma imperceptível aos olhos da maioria, visto que eles primeiro adquirem a confiança de todos antes cometer os delitos.
“Me lembro dele como alguém engraçado, charmoso e generoso. O que eu não sabia — o que ninguém sabia, é que ele era um predador”, disse Lucado. Situações do cotidiano eram utilizadas como desculpa para ter a chance de se aproximar das crianças. Tudo isso, no entanto, tinha como intenção ganhar a confiança de todos, incluindo suas vítimas.
“Ele nos chamava para comer hambúrguer na casa dele. Ele nos levava para passear no caminhão dele. Ele nos levou para caçar e fazer caminhadas, e se ofereceu para responder a todas as perguntas sobre a vida, o amor e as meninas”, disse o autor.
A investida nas questões sexuais tiveram início com uma abordagem sutil, através do mundo da pornografia. Assim, o pedófilo conseguia atrair os meninos pela curiosidade, sem que os fizesse desconfiar da verdadeira intenção por trás dessas atitudes.
“Ele tinha revistas, do tipo que o meu pai não permitia. E ele fazia, e fez a gente fazer coisas que não vou repetir e não consigo esquecer”, afirmou Lucado.
“Ele colocou cinco de nós em uma picape e dirigiu até a área de camping. Entre seu pacote de barracas e sacos de dormir, havia algumas garrafas de uísque. Ele bebeu durante todo o fim de semana e foi até a tenda de cada menino. Ele disse para não contarmos a nossos pais, sugerindo que éramos os culpados por seu comportamento. Ao nos fazer jurar segredo, ele disse que estava nos impedindo de ter problemas. Que canalha”, disse o autor.
Apesar do enorme trauma provocado por um criminoso, Lucado entendeu que Deus não havia lhe abandonado. “Não podemos ir aonde Deus não está. Olhe por cima do seu ombro, é Deus te seguindo. Olhe para a tempestade, é Cristo vindo em sua direção”, disse ele.
“Ele ainda é o grande Eu Sou. Quando nos vemos no meio das águas da Galiléia, sem a praia à vista, Ele vem até nós”, conclui.