A pandemia do novo coronavírus causou diversos prejuízos e fatalidades, com centenas de milhares de vidas perdidas, além de conflitos familiares que resultaram em um aumento exponencial do número de divórcios dentro e fora do Brasil.
Isso ocorreu, segundo analistas, devido ao isolamento social. O fato do convívio dentro de casa ter se tornado muito maior e frequente acabou favorecendo o surgimento de conflitos diversos, vindo daí o maior índice de separação.
Já neste ano, nos 11 primeiros meses de 2022 em comparação ao ano passado, o número de divórcios apresentou a sua maior queda desde o ano de 2018, caindo 10,4%, segundo informações divulgadas pelo Colégio Notarial do Brasil, organização que congrega os tabeliães do país.
Em 2021, por outro lado, foram registrados 76.671 divórcios, um aumento de 4%, de acordo com dados da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (Censec), base de dados administrada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF).
Mudança de cenário
Para Giselle Oliveira de Barros, presidente do CNB/CF, não há dúvida de que o isolamento social favoreceu o aumento das separações conjugais no Brasil. Ela explicou, contudo, que muito provavelmente os divórcios ocorreram em famílias onde a relação já enfrentava algum tipo de problema.
“Os divórcios em Cartórios de Notas vinham crescendo ano a ano, mas registraram uma explosão por dois motivos: o isolamento social que certamente contribuiu para que relacionamentos que não estavam tão bem fossem terminados”, disse ela.
Ainda de acordo com a especialista, o incremento tecnológico para a obtenção de dados da população também contribuiu, no caso, revelando com maior precisão os números oficiais.
Assim, Giselle ressaltou o “lançamento da plataforma e-Notariado“, por exemplo, “que permitiu a prática de diversos atos notariais em meio eletrônico, inclusive a escritura de divórcio, sem a necessidade de estar lado a lado com o ex-companheiro, de forma fácil, rápida e totalmente digital”, conclui.