O papa Francisco iniciou 2019 reiterando uma crítica que já havia feito aos fiéis e sacerdotes da denominação que lidera: é melhor ser ateu do que um cristão hipócrita.
O puxão de orelhas segue após um ano de intensa dificuldade para Francisco, que enfrentou inúmeras adversidades à frente do Vaticano, com escândalos diversos na Igreja Católica ao redor do mundo.
Na audiência realizada na sala Paolo VI na última quarta-feira, 02 de janeiro, o pontífice lembrou do Sermão da Montanha, em que Jesus denunciou os “hipócritas” que oravam em voz alta para serem admirados pelos homens.
“Onde está o Evangelho há uma revolução. O Evangelho não deixa quieto, nos impulsiona, é revolucionário”, lembrou o pontífice, acrescentando que aqueles que não são alcançados verdadeiramente pela mensagem de Cristo, se tornam vazios: “Há pessoas que são capazes de tecer orações ateias, sem Deus: fazem isso para serem admiradas pelos homens”, pontuou.
Em seguida, a bronca do papa se tornou mais específica: “Quantas vezes vemos o escândalo daquelas pessoas que vão à igreja, estão lá todo o dia, e depois vivem odiando os outros e falando mal das pessoas. Melhor não ir à igreja. Viva assim como ateu. Mas se você vai à igreja, viva como filho, como irmão e dá um verdadeiro testemunho. Não um contra-testemunho”.
“Os pagãos pensam que falando, falando e falando, se reza. Também eu penso aos tantos cristãos que acreditam que rezar – desculpem-me – é falar a Deus como um papagaio. Não! Rezar se faz do coração, de dentro”, destacou, segundo informações do Vatican News.
Em fevereiro de 2017, o papa já havia dado um recado aos católicos ultraconservadores, apontando a vida dupla que muitos viviam como algo a se envergonhar: “Há muitos católicos que são assim e eles causam escândalos. Quantas vezes todos ouvimos pessoas dizerem ‘se esta pessoa é católica, é melhor ser ateu’?”, questionou. “É um escândalo dizer uma coisa e fazer outra. Isto é uma vida dupla”.