Mulher saiu de casa com os filhos por temer novas aparições em Santana do Livramento.
Pastor distribui crucifixos pintados de vermelho para afugentar o “sufocador”.
Lenda ou realidade, corre de boca em boca em Santana do Livramento (RS) a notícia de que um homem trajando capa preta ronda casas do município. Por aparecer sempre à noite e assustar mulheres, ele já ganhou um apelido: o “Sufocador da Fronteira”. Ele teria feito as primeiras aparições na periferia de Rivera, no Uruguai, mas sem registros de ataque.
Mais recentemente, moradoras de Santana do Livramento teriam visto o homem, mas não há registro de invasões ou feridos. O caso mais grave foi de uma família que, assustada, mudou de residência. A dona-de-casa Mônica Patrícia Teixeira, 36 anos, morava com o marido e os quatro filhos na Vila Safira e transferiu-se para a Vila Santa Rosa há 15 dias.
Na antiga casa, ela relata que recebeu duas visitas do também conhecido como homem de capa preta na mesma noite, uma às 20h e outra às 3h. Na segunda aparição, o sujeito tentou entrar na casa. “Fiquei com medo. Protegi meus filhos e esperei que o homem desistisse”.
Investigação
Dois registros de ocorrência foram feitos na Delegacia da Polícia Civil da cidade, com a discriminação de que seriam “ataques do Homem da Capa Preta”. Sem conseguir dados concretos sobre as aparições, a investigação encara até agora os registros como folclore. “Infelizmente, temos coisas mais importantes para resolver. O caso do homem da capa preta ainda é uma incógnita para nós”, disse o delegado Eduardo Sant'Anna Finn.
O parecer da polícia é o mesmo de outra fatia da população. Para alguns, o personagem virou motivo de festa. Na última sexta-feira (18), um evento no Clube Recreativo da cidade foi temático: “Festa do Homem da Capa Preta”. O DJ Cebola vestiu uma capa e ainda havia outra disponível para quem quisesse dançar no palco, valendo um brinde.
“É o que todo mundo está falando. Resolvemos aproveitar a deixa”, disse o presidente do clube, Álvaro Dias.
Piada ou realidade, o pastor Valério Silveira, 71 anos, decidiu reagir ao adotar uma medida de emergência para ajudar a proteger os fiéis da Casa de Oração. Ele distribui crucifixos “ensangüentados”, pintados de vermelho, afirmando que o objeto afugenta o “sufocador”.
Fonte: G1