Um homem morreu após suas duas irmãs desligarem os aparelhos médicos que o mantinham vivo na ala de internação de um hospital na cidade de Guanambi (BA). Ao serem presas, as mulheres disseram que agiram sob ordem de um pastor, que teria tido uma visão.
Na sexta-feira passada, 25 de outubro, as duas chegaram ao Hospital Regional de Guanambi por volta das 21h40, e conseguiram permissão da segurança do local para entrar alegando que iriam fazer a troca de acompanhante, e também orar pelo irmão, que estava internado em estado grave.
Zelita Pereira Neves, de 32 anos, e Marliete Pereira Neves, de 41, foram ao quarto onde Almiro Pereira Neves, de 43 anos, estava internado. As duas desligaram as luzes do local – que era compartilhado com outro paciente, e em seguida, retiraram os acessos e desligaram os aparelhos que mantinham Almiro vivo.
Em seguida, uma delas, subiu no corpo do irmão e passou a fazer uma oração, que foi descrita como “línguas estranhas” pelo paciente que dividia o quarto, e golpea-lo, numa tentativa de reanimá-lo.
Segundo declaração dada pelo diretor médico do hospital, Juan Castellanos, a equipe de médicos e enfermeiros agiu rápido assim que souberam da situação: “Uma vez que essa situação já chamou atenção dos acompanhantes e do maqueiro, a equipe de enfermagem rapidamente se prontificou para pelo menos esclarecer o que estava acontecendo. No momento não se sabia com detalhes tudo que estava acontecendo dentro desse quarto, onde o paciente estava internado”, disse ele à TV Sudoeste, afiliada da TV Globo na Bahia.
“Foi relatado que as irmãs, as duas irmãs, tinham retirado todos os aparelhos, no caso os dispositivos invasivos, entenda-se tubo traqueal, cateter venoso central e eletrodos de monitorização. E uma delas estava em cima do corpo do irmão proferindo golpes e fazendo uma oração, talvez, mas de uma forma estranha”, acrescentou o diretor.
As duas mulheres foram presas em flagrante após matarem o irmão com a atitude inconsequente. À Polícia, elas declararam que haviam recebido uma visão para agir com fé e salvar a vida de Almiro. Zelita, que mora no interior de São Paulo, disse que viajou até Guanambi para colocar o plano em prática, pois acreditava que isso resultaria em melhora do estado de saúde.
“Ela deixou claro que tudo foi tipo uma revelação que ela recebeu de um pastor para que ela viesse aqui para a Bahia e agisse da forma que agiu porque Deus disse que iria salvar o irmão dela”, disse o delegado Rudson Barcelos.
Na última segunda-feira, 28 de outubro, a Justiça converteu a prisão temporária para preventiva. O corpo de Almiro foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica de Guanambi, e os detalhes a respeito do velório e sepultamento não foram revelados.