Parece inacreditável, mas essa é a informação publicada esta semana em um jornal nacional, traduzida da Associeted Press, denunciando a entidade Word of Faith Fellowship, ou Irmandade da Palavra da Fé, localizada em Spindale, uma pequena cidade da Carolina do Norte. Segundo a matéria, a Igreja chamada de “evangélica” espanca fiéis para “expulsar demônios”, incluindo crianças e bebês.
“…os fiéis eram regularmente socados, estapeados, sufocados, jogados no chão ou contra as paredes, numa forma violenta de “salvação” que teria o objetivo de “purificar” os pecadores, expulsando violentamente seus demônios”, diz o texto escrito pelo jornalista investigativo Mitch Weiss, acrescentando o relato de uma testemunha:
“Vi inúmeras pessoas serem espancadas ao longo dos anos. Criancinhas levando socos no rosto e sendo chamadas de satanistas”, segundo Katherine Fetachu, que permaneceu na igreja durante 17 anos.
Procuramos outras fontes na tentativa de confirmar os relatos e notamos que há vários vídeos e textos, supostamente, fazendo denúncias semelhantes e já bem antigos. Ao que parece, por tanto, a polemica envolvendo Word of Faith Fellowship não é de hoje. Todavia, não encontramos gravações com imagens de agressões.
A matéria informa que a Associeted Press examinou várias páginas policiais sobre as denúncias, bem como rastreou contato de ex-membros da igreja, para fazer entrevistas sobre o que acontecia nos cultos. A constatação foi que eles eram proibidos de falar qualquer coisa sobre as sessões de tortura, ameaçados pelos líderes da igreja durante décadas.
Intimidados, os fiéis escondiam as agressões que “incluíam cortes, contusões e costelas quebradas” e até abuso sexual, sendo impedidos de procurar inclusive ajuda médica para tratar os feridos.
Fundada em 1979 por Jane Whaley, atualmente com 77 anos, ela e seu advogado Josh Farmer negam radicalmente todas as acusações, baseadas em denúncias com registros até de 1990. Ambos recusaram atender a reportagem da Associeted Press para comentar as denúncias mais recentes envolvendo a igreja.
Em resposta, a igreja questiona as denúncias e diz estar chocada, pois, segundo eles, não toleram ou permitem qualquer tipo de abuso contra os membros. A igreja chama atenção para o grande número de membros que possui e confronta seu testemunho com as acusações:
“Se a nossa igreja é um lugar tão abusivo, por que vários dos advogados citados no artigo do sr. Mitch Weiss, permitem que seus filhos continuem frequentando nossa igreja e escola por meses depois que eles se retiraram da condição de membros da igreja?”, questionou a igreja em sua nota publicada aqui.
A igreja também destaca na nota que apesar do artigo mencionar as denúncias, não esclarece aos leitores que a igreja foi absolvida em todas as denúncias, dizendo que “o sr. Weiss [escritor da matéria original] não educa os leitores sobre as absolvições”, divulgando apenas um lado da história.