A Igreja Batista Gera Vida foi construída em uma área pública do Riacho Fundo I, no Distrito Federal. Em 2002, o pastor recebeu do então administrador da cidade uma autorização de uso provisório do terreno, por 90 dias, e montou uma tenda para os cultos. Mas, segundo moradores da cidade, a construção foi feita por baixo da lona.
“Eles foram construindo por baixo da lona. A gente se organizou e fez várias reclamações na administração, procuramos o administrador e avisamos que a igreja estava sendo construída. Mesmo assim, eles não tomaram nenhuma providência. Num dia amanheceu a lona esticada e, no outro dia, a igreja edificada”, conta a moradora Vania Lúcia Loureiro Lucas.
Os moradores também reclamam que no último sábado (10) funcionários da administração foram ao local cortar o mato e retirar o lixo. “Eu só tomei conhecimento ontem (sexta-feira), no final da tarde, depois que a Globo me ligou. Infelizmente, a gente só toma conhecimento das coisas depois que já é público. Depois que falei com a equipe de reportagem eu tentei apurar o que tinha acontecido. Uma pessoa me disse que viu um caminhão da administração dentro do terreno”, conta o administrador do Riacho Fundo I, Pedro Paulo Barbosa.
Regularização
Pedro Paulo diz que o funcionário que autorizou a medida não sabia que a construção era irregular. Conta também que o processo de regularização da igreja está na Subsecretaria de Fiscalização. “É uma ocupação irregular, sim. Já foi notificada e embargada e o processo já foi encaminhado para a Subsecretaria de Cidades, para que tome as providências devidas”.
O pastor reconhece que está irregular e diz que a intenção é comprar o terreno. Mas quer o mesmo tratamento dado à igreja católica que fica ao lado. “Para tirar a nossa tinha que tirar todas. Aliás, em Brasília são aproximadamente 500 igrejas em situação semelhante. E não é só igreja católica ou evangélica. Também existem centros espíritas, por exemplo. Nós conhecemos muitas pessoas que estão envolvidas no mesmo processo. Eu não sou o único. Se fosse, estaria envergonhado e sairia daqui”, afirma o pastor Davi Alves de Castro.
A Administração Regional do Riacho Fundo abriu sindicância para apurar a responsabilidade do funcionário que mandou fazer a limpeza do terreno.
Fonte: G1