Ao contrário da igreja tradicional, os templos evangélicos estão cada vez mais cheios, e promovem cultos animados e conduzidos principalmente pela emoção. O último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontou um crescimento significativo da religião evangélica no país, que representa atualmente 15% da população brasileira.
Um dos fatores responsáveis por este fenômeno é a Visão Celular no Modelo dos 12 — movimento de algumas igrejas evangélicas trazido ao Brasil pelos apóstolos Renê Terra Nova e Valnice Milhomes há pouco mais de cinco anos. A proposta também é conhecida como G12 e prevê que as igrejas adeptas se enquadrem numa organização com o principal objetivo de atrair membros, ou “ganhar vidas”.
A Comunidade Batista Betel é a única igreja de Francisco Beltrão inserida na Visão Celular e confirma que a estratégia dá resultados. Há três anos, desde que implantou o modelo, o número de fiéis passou de 260 para mais de 900, distribuídos em 90 células.
Como funciona uma célula?
A proposta básica da Visão Celular é que a igreja esteja organizada em células, ou seja, grupos de homens ou mulheres onde, pelo menos, três pessoas e mais um líder se reúnem para refletir sobre assuntos bíblicos. Com esta alternativa, fica mais fácil convidar uma pessoa de fora para participar da célula em uma casa do que assistir a um culto na igreja.
Fábio Sérgio Miecoanski concorda com a estratégia e disse que ela serve principalmente para evangelismo e propagação do nome de Jesus Cristo e seu plano de salvação, usados como principais argumentos para a conversão das pessoas. “A célula é boa para as pessoas que por algum motivo tem reservas ou receios de ir até a igreja evangélica”, entende Fábio.
Estrutura da Visão Celular
A estrutura que a Visão Celular prega é muito simples, são quatro passos para que uma pessoa se torne membro desta igreja inserida no movimento. A primeira etapa é “ganhar uma vida para Jesus”. Depois, “consolidar”, quando o indivíduo já é convertido e passa a compactuar das mesmas ideologias. Em seguida “discípula”, para que o novo crente permaneça na igreja.
O último passo, “enviar”, é quando o evangélico já está pronto para se tornar líder de uma célula e passa a ganhar novas vidas, dando continuidade a “escada do sucesso”, como também é conhecida esta estratégia. Além dos cultos aos domingos, são realizadas também reuniões aos sábados, denominadas de Redes.
Para o pastor William Batista que também é líder de célula, a Visão Celular no Modelo dos 12 permite que as pessoas sejam atendidas com mais eficiência e rapidez. “É um avanço do evangelismo”, definiu. (TC)
Fonte: Jornal de Beltrão