A prostituição é uma das práticas mais antigas da humanidade. Condenada pela Bíblia, a prática é citada em diversas passagens tanto no velho como no Novo Testamento. Apesar disso, muitas igrejas até hoje possuem dificuldade de abordar o tema e trabalhar com pessoas que se vendem em troca de sexo.
Esse não foi o caso de uma pastora e evangelista de Huntington, na Virgínia do Oeste, Estados Unidos. Há dois anos ela decidiu que se as prostitutas não iriam para a igreja, a igreja deveria ir ao encontro das prostitutas.
Helen Wolfe, que lidera a comunidade “New Day Ministry”, criou a estratégia de abrir às portas do templo para oferecer refeições toda quarta-feira à noite. A prostituição em seu bairro estava tão alta que garotas de programa estavam fazendo “ponto” praticamente em frente ao templo. Por essa razão, Helen acreditou que isso chamaria atenção das garotas e criaria uma oportunidade para falar com elas.
A estratégia deu certo: “Isso nos ajudou a construir um relacionamento”, disse Helen. “Eu conversava com as meninas, e eu dizia a elas que, ‘se vocês ficarem doentes ou cansadas eu estarei aqui por vocês. Vou ajudá-las'”.
A iniciativa da igreja aproximou as prostitutas da congregação, quebrando o distanciamento causado pela discriminação e o preconceito de ambas às partes.
A comunidade religiosa viu na ação de solidariedade a necessidade de evangelizar pessoas estigmatizadas que, de outro modo, talvez jamais entrariam no templo, enquanto as garotas de programa modificaram a visão que tinham sobre o que significa ser, de fato, um cristão e o amor de Deus para com elas.
O resultado disso foi que várias mulheres que se prostituíam nos arredores da igreja foram assistir os cultos aos domingos, interessadas não mais no alimento para o corpo, e sim para suas almas: “Elas estão recebendo a adoração em seus ouvidos, o que vai entrar em seu espírito”, disse Helen.
“Muitas dessas mulheres que se prostituíam aqui na rua decidiram mudar o rumo de suas vidas”, acrescentou, ressaltando que em dois anos apenas, a realidade social do bairro mudou completamente:
“Você costumava dirigir da avenida Madison até o Go Mart e ver 25 a 30 prostitutas. Hoje você faz esse caminho e não as vê mais nas ruas. Está tudo tão quieto”, disse Todd Sweeney, uma das mulheres ajudadas pelo projeto que decidiu abandonar a prostituição.
“Se você vier aqui à noite, verá pessoas sentadas nos bancos dos jardins. Você verá crianças do lado de fora brincando de novo. Talvez uma ou duas garotas parem na esquina, mas não ficam mais em frente à igreja. É como se houvesse um nível de respeito agora”, conclui ela. Com informações: Guiame