Cimeira tripartida em Jerusalém deverá acelerar processo de paz.
O processo de paz israelo-palestiniano e o programa nuclear iraniano serão os temas principais da viagem do Presidente dos Estados Unidos ao Médio Oriente. As cidades de Jerusalém e Ramallah, na Cisjordânia, fazem parte do itinerário da visita de George W. Bush de nove dias à região e constituem, em termos de segurança, uma autêntica dor de cabeça para o Governo israelita de Ehud Olmert e para a Autoridade Palestiniana de Mahmud Abbas.
“Esta visita vai paralisar Jerusalém. Será impossível qualquer movimento. O acesso será interdito a todo o local que fique próximo do sítio onde Bush estiver”, disse à AFP um alto responsável israelita.
Durante a visita de Bush, a primeira em mais de nove anos de um Presidente dos EUA no activo, medidas especiais e secretas de protecção estarão em vigor. Para já sabe-se que, pelo menos, oito mil polícias israelitas e vários milhares de elementos das forças de segurança palestinianas serão responsáveis por manter a ordem e impedir que algo ocorra durante a visita de Bush. A segurança passa ainda por ruas onde a circulação será proibida, pelo bloqueio de estradas em redor de Jerusalém e de cidades palestinianas da Cisjordânia (Ramallah, Jericó e Belém) e controlos minuciosos; medidas que irão, invariavelmente, provocar engarrafamentos e alguma confusão. Ciente de que tais draconianas medidas de segurança poderão desagradar à população, o Governo de Olmert reservou importantes espaços publicitários nos diários com maior tiragem para pedir desculpa pelos possíveis incómodos.
E enquanto se preparam as medidas de segurança, discute-se também o aspecto político da visita.
Em final de mandato, Bush quer deixar na história algo mais do que o fracasso do Iraque. Como tal, apostou relançar o processo de paz israelo-palestiniano de forma a possibilitar a criação de um Estado da Palestina antes de abandonar a Casa Branca em Janeiro de 2009. É com esse objectivo que uma cimeira tripartida – Bush, Olmert e Abbas – deverá realizar-se durante os dois dias da visita do Presidente dos Estados Unidos (quarta e quinta-feira) e na qual serão discutidos assuntos como refugiados, fronteiras e Jerusalém.
Há dois dias e em entrevista ao diário israelita Jerusalem Post, Olmert avançou a hipótese de aceitar uma partilha da cidade de Jerusalém com os palestinianos, uma hipótese que já foi avançada por outros responsáveis israelitas em outros momentos negociais e que acabou por provocar uma onda de críticas por parte da direita israelita.
Fonte: Diário de Notícias