Evento, previsto para junho na Cidade Santa, pode ser declarado ilegal. Projeto será levado ao Knesset (Parlamento) na próxima quarta-feira.
Uma comissão ministerial israelense vai tentar impedir a realização da parada do orgulho gay em Jerusalém. Os integrantes iniciaram os trâmites para que seja aprovado um projeto de lei destinado a impedir a realização de marchas e outras manifestações do orgulho gay na cidade sagrada.
Após a comissão ter concluído o texto, no domingo, espera-se que a minuta do projeto seja submetida ao Parlamento (Knesset) na próxima quarta-feira (30).
Se for aprovado, a Parada do Orgulho Gay prevista para junho na Cidade Santa será declarada ilegal.
O ministro da Justiça israelense, Daniel Friedman, anunciou que se oporá ao projeto de lei, segundo a edição digital do jornal “Yedioth Ahronoth”.
Os partidos ortodoxos tentaram pressionar nos últimos anos para que se impeça as associações de homossexuais e lésbicas de realizarem a marcha anual do orgulho gay em Jerusalém ou limitar seu percurso e pontos de convocação.
Seus argumentos são que estas manifestações representam uma ameaça à segurança pública e prejudicam os sentimentos de setores religiosos.
Quatro ministros do gabinete israelense, provavelmente do partido religioso sefardita Shas, votaram a favor de apresentar o projeto à Câmara, enquanto outros três rejeitaram a iniciativa.
O ministro da Justiça ameaçou apresentar o projeto ao Conselho de Ministros para sua aprovação.
“O apoio do governo a esta legislação permitirá à prefeitura de Jerusalém impedir estas marchas, que prejudicam os sentimentos do público e permitem que grupos desviados e marginais humilhem a Cidade Santa”, disse o ministro da Indústria e Comércio, Eliyahu Yishai, que é dirigente do Shas.
A polícia israelense aprovou a realização da marcha convocada para junho, mas se reserva o direito de se retratar em caso de alteração da ordem pública.
A comunidade homossexual de Jerusalém realizou em novembro seu festival anual no estádio do campus da Universidade Hebraica.
O evento ficou reduzido devido à oposição inicial dos ultra-ortodoxos judeus, mas transcorreu sem incidentes, apesar dos cerca de mil contêineres queimados na semana anterior ao encontro.
Entre 3 mil e 4 mil pessoas foram ao evento, que contou com um aparato policial de 3 mil agentes de segurança devido às ameaças feitas por setores radicais.
Fonte: G1