Uma mulher morreu e outras quatro, sendo duas crianças, foram internadas em estado grave após um período prolongado de jejum, na última sexta-feira. De acordo com a Polícia, a evangélica Cláudia Souza Santos Simeão obrigou sua família – a irmã Cátia Simeão da Silva, de 30 anos, a mãe Lúcia Simeão da Silva, de 56, e as sobrinhas Graziele Santos Simeão, de 11, e Adriele Souza Santos Simeão, de 9 – a participar de um jejum cujo objetivo era fazer com que todas morressem para que, logo em seguida, pudessem entrar em contato direto com Deus. Ninguém poderia deixar a casa, que fica na Rua Elisa Gonçalves, no bairro Areia Branca, em Belford Roxo, RJ (Baixada Fluminense), enquanto o objetivo não fosse alcançado. No fim, o plano funcionou apenas para a própria Cláudia.
Na noite da última sexta-feira (9), as duas meninas e Cátia conseguiram sair da casa. Vizinhos viram quando as três chegaram à rua. Percebendo que todas estavam desnutridas, os moradores acharam a situação estranha e decidiram chamar a Polícia Militar. Depois de entrarem na casa, os PMs descobriram que Lúcia estava semi-consciente no andar de cima. Ao seu lado, o corpo de Cláudia, segundo a perícia morta há 4 ou 5 dias, já em estado avançado de decomposição.
De acordo com as afirmações feitas pelas crianças aos policiais, Cláudia teria dito que “toda a família deveria morrer para que entrassem no Paraíso”. As quatro sobreviventes foram levadas ao Hospital Municipal Jorge Júlio da Costa Santos, em Belford Roxo.
Ainda no domingo, Graziele e Adriele acabaram sendo transferidas para o Hospital Carlos Chagas, onde deram entrada apresentando um quadro de desnutrição e desidratação graves. Até ontem, elas permaneciam internadas em enfermaria pediátrica da unidade. Cátia e Lúcia continuavam em observação no hospital de Belford Roxo.
Fonte: Elnet