Declaração oficial da Aliança Evangélica Mundial (WEA), divulgada em 31/8, ao mesmo tempo em que expressa alegria com a notícia da libertação dos restantes 19 reféns sul-coreanos no Afeganistão, reconhece que “existe atualmente um grande debate sobre o futuro do trabalho de missionários coreanos em situações perigosas ou complexas”. O diretor internacional da entidade, reverendo Geoff Tunnicliffe, afirma: “Estamos ansiosos por encontrar-nos com os líderes cristãos coreanos para discutir as importantes implicações da decisão tomada pelo governo sul-coreano de proibir a ida de trabalhadores cristãos para o Afeganistão”. Os reféns libertados chegaram a Seul no domingo, dia 2/9, e concederam uma entrevista coletiva ainda no aeroporto da capital.
Um dos líderes do grupo de missionários, Yu Kyong-sik, lamentou ter causado ansiedade em seus compatriotas. “Nós sinceramente lamentamos tudo isso e agradecemos a toda a nação. Fomos ao Afeganistão para levar afeto, mas acabamos por trazer muitos problemas e ansiedade para o povo e o governo coreanos”, declarou. Durante a coletiva, os voluntários coreanos homenagearam os companheiros mortos. Todos eles, que foram enviados à República Afegã por uma igreja evangélica da localidade de Bundang, no sul da capital coreana, permanecerão hospitalizados por alguns dias, antes de retornarem para os seus lares.
A declaração da WEA também lamenta as consequências do episódio, enfatizando a perda dos dois missionários mortos: “Nós na Aliança Evangélica Mundial regozijamo-nos com o fato de os nossos irmãos e irmãs, que foram mantidos como reféns ao longo destas seis semanas, tenham sido agora libertados. Ao mesmo tempo, também choramos a perda dos dois prisioneiros coreanos do sexo masculino e oraremos para Deus confortar as suas famílias. Nós também queremos assegurar às igrejas coreanas que iremos continuar a orar por eles enquanto digerem todas estas emoções e mudanças que estão ocorrendo com esta crise dos reféns”.
Segundo a WEA, “No último dia 19 de Julho, um grupo de 23 voluntários cristãos sul-coreanos foram capturados por militantes Talibãs. Membros das suas famílias e da sua igreja na Coréia do Sul dizem que o grupo estava no Afeganistão apenas para oferecer serviços médicos gratuitos e não para evangelizar. Desde o início do rapto – o maior rapto de estrangeiros no Afeganistão desde a queda do regime Talibã em 2001 – dois reféns foram mortos pelos seus raptores. Um deles era o líder do grupo, o Pastor Bae Hyung-kyu, de 40 anos, e o outro, Shim Sung-min, de 29 anos. Eles foram encontrados mortos em 25 e 30 de Julho, respectivamente. Duas reféns do sexo feminino já haviam sido libertadas no início de agosto: Kim Kyung-já, de 37 anos, e Kim Ji-na, de 32 anos”.
O rev. Tunnicliffe visitará a Coreia do Sul de 13 a 17 de Setembro, para se encontrar com líderes Cristãos Coreanos e espera poder encontrar-se também nesta visita com os reféns libertados.
Fonte: Agência Soma