Um dos milagres mais icônicos realizados por Jesus e lembrado com mais facilidade pelos cristãos e céticos em geral, foi a transformação de água em vinho, ocorrido durante uma cerimônia de casamento. Para muitos teólogos, este sinal marcou o início do ministério de Cristo sobre a terra, mas uma descoberta arqueológica recente pode alterar o que sabíamos até então sobre o local exato onde tudo aconteceu.
Jesus e seus discípulos foram convidados para uma festa de casamento em Caná da Galiléia, mas em dado momento o vinho acabou. Foi quando Maria comunicou o fato para Jesus, que apesar de relutar acerca do momento apropriado, realizou o milagre como descreve o livro de João 2:7-9:
“Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho”.
Arqueólogos e historiadores, no entanto, por vários séculos discutiram sobre o local exato do milagre. Desde então os turistas visitam a cidade árabe de Kafr Kanna, na Galileia, chegando na “Igreja do Casamento”, datada do século 20, acreditando ter sido esse o local do primeiro milagre de Jesus.
No entanto, uma nova descoberta arqueológica aponta que o local correto da vila em Caná é em Khirbet Qana, uma aldeia judaica datada entre os anos de 323 a.C e 324 d.C, localizada na Baixa Galileia.
“Descobrimos um grande complexo de cavernas que foi usado por peregrinos cristãos que vieram para venerar o milagre da água ao vinho. Este complexo foi usado a partir do final do quinto ou início do sexto século e continuou sendo usado pelos peregrinos no período das Cruzadas no século 12.”, disse Tom McCollough, responsável pelas escavações.
Segundo McCollough, entre os locais já descobertos mais prováveis de serem a vila onde ocorreu o milagre, “nenhum tem o conjunto de evidências tão persuasivo quanto Khirbet Qana”, disse o arqueólogo, explicando que “’Khirbet Qana preenche todos esses critérios”.
O pesquisador também utilizou fontes do historiador judeu Flávio Josefo, que viveu na época de Jesus, dizendo que “suas referências a Caná se alinham geograficamente com a localização de Khirbet Qana”.
“Para o Evangelho de João, Caná é, de certa forma, um lugar seguro para Jesus ou um centro operacional. É um lugar para onde Ele e seus discípulos retornavam quando encontravam resistência na Judeia”, destaca o arqueólogo, ressaltando que a descoberta é mais uma evidência que confirma o relato bíblico do livro de João.
“Eu diria que nossas escavações garantem pelo menos uma reconsideração do valor histórico das referências de João sobre Caná e Jesus.”, conclui, segundo o Daily Mail.