A empresa que poderá fazer Silvio Santos e Edir Macedo sócios resultará numa redução do espaço para igrejas evangélicas na televisão aberta. A previsão é do empresário Amilcare Dallevo Jr., que também integrará a sociedade.
Dallevo é o acionista majoritário da RedeTV!, emissora que se juntará a SBT e Record na criação da nova empresa, que se dedicará exclusivamente a negociar a venda do sinal das três emissoras a operadoras de televisão por assinatura.
Para Dallevo, a renda advinda dessas negociações poderá ajudar as emissoras a abrir mão dos horários alugados para igrejas evangélicas. Atualmente, devido a dificuldades financeiras, a RedeTV! é uma das que mais aluga horários de sua grade de programação.
“Com o dinheiro, vamos investir mais em jornalismo e dramaturgia. Consequentemente, o espaço ocupado por igrejas irá diminuir”, afirmou o empresário, enaltecendo a produção de conteúdo próprio.
A criação da empresa vem sendo criticada pelas operadoras de TV por assinatura, que contestam a legitimidade da empresa no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão do governo federal que avalia as fusões de companhias, segundo informações do site Notícias da TV.
Para empresas como Sky e Net, a aprovação da sociedade entre Dallevo, Macedo e Silvio Santos causará a “ocorrência de condutas abusivas” e “anticompetitivas”, levando a um aumento de preço para o consumidor final.
Dallevo rebate: “Não é justo as multinacionais pagarem para empresas estrangeiras, como HBO e Discovery, e não pagarem para a gente, que gera milhares de empregos e arrecada impostos no Brasil. Não é justo o assinante pagar pela programação e não darem um centavo para a gente, que investe na produção de 15, 16 horas de conteúdo por dia”, disse.
Os três sócios argumentam que apenas uma das grandes operadoras de TV por assinatura do país faturou R$ 10 bilhões em 2013, dos quais R$ 3,3 bilhões foram só de lucro. Seguindo esse raciocínio, se essa empresa repassasse R$ 5,00 por assinante pelo sinal das três emissoras, ela teria uma despesa anual de R$ 360 milhões, pouco mais de 10% de seu lucro. De quebra, esse repasse geraria às emissoras uma receita maior do que todo o faturamento anual da RedeTV!, por exemplo.