AZERBAIDJÃO – O pastor batista Hamid Shabanov, da aldeia remota de Aliabad, na região de Zakatala, foi preso três meses depois de o colega dele, Zaur Balaev, ter saído da prisão. Ele foi acusado de porte legal de arma. Hamid e a família alegam que a polícia plantou a arma que eles “supostamente” teriam encontrado com ele.
“Estamos em choque”, disse ao Fórum 18 o líder da União Batista do Azerbeidjão, Ilya Zenchenko. “Foi uma provocação feita pela polícia em uma ação deliberadamente orquestrada.” A família dele e a congregação também estão sendo ameaçadas de prisão.
O irmão do pastor foi alertado pela polícia a parar com as atividades junto aos cristãos batistas. “O objetivo deles é a igreja.” A família de Hamid Shabanov insiste que ele não tinha nenhuma arma e que a polícia plantou a arma que eles reivindicam ter achado em poder dele.
A polícia local negou as acusações. “Ele é um criminoso”, disse um alto oficial de Zakatala a um membro da equipe do Forum 18, que ficou surpreso com a afirmação, uma vez que até na lei do Azerbaijão “todos os indivíduos são inocentes até que sejam considerados culpados em um tribunal”.
No passado, o pastor batista, Hamid Shabanov, havia relatado que seu filho e sua nora tentaram dar o nome Sansão a seu filho primogênito, mas as autoridades não permitiram.
Aumentam os casos de perseguição
Países ocidentais já expressaram no passado a preocupação com o aumento de relatos de perseguição política e religiosa no país, onde calcula-se que os cristãos sejam menos de 7% da população, que é predominantemente muçulmana, com cerca de oito milhões de pessoas.
Além de batistas e outros cristãs protestantes, testemunhas de Jeová também têm sido ameaçadas desde o iníco de junho. No incidente mais recente, ocorrido em 11 de junho, 15 oficiais invadiram uma reunião em uma residência privada em Lokbatan, capital de Baku.
Três pessoas foram detidas e teriam sido maltratadas antes de serem libertadas. Uma ação similiar contra outras testemunhas de Jeová que se reuniam em uma casa, no subúrbio de Baku, em Surakhani, também ocorreu no dia 3 de junho.
Nove homens que estavam presentes foram levados para a delegacia de polícia. O grupo apanhou. As mulheres foram ameaçadas de estupro e pressionadas a renunciar a fé delas.
Funcionários se recusaram a dar explicações para essas invasões que violam as próprias leis do país. “O número de invasões parece ter aumentado no último ano, tendo sido registradas incursões contra comunidades testemunhas de Jeová, batistas, adventistas do sétimo dia e outros protestantes”, disse o Forum 18.
Outros grupos religiosos, incluindo até mesmo alguns muçulmanos, também têm sido alvos da polícia e de agentes do serviço secretos.
Fonte: Portas Abertas