A discussão em torno da proposta de legalização do aborto no Brasil voltou à baila nos últimos dias após a declaração do novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), sobre sua intenção de discutir o assunto com a sociedade, incluindo as igrejas Católica e evangélicas.
A reação, do lado evangélico, não tardou a aparecer: o pastor Silas Malafaia publicou um vídeo criticando a proposta de Barros. “Fica quetinho aí, amigo. Não é você, na caneta, que vai dizer ou vai resolver a questão de aborto. Não te pertence. É o Congresso Nacional o foro legal para debater, discutir e decidir questões da sociedade”, afirmou o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Malafaia rebateu também os movimentos feministas, que dizem que as mulheres têm o direito de determinar o que acontece no próprio corpo, sob a argumentação de defesa dos Direitos Humanos. Usando o ponto de vista da biologia, o pastor frisou que um feto é um corpo independente, em simbiose com a mãe, e com necessidades próprias.
“O pequeno bebê no útero da mulher é o agente ativo, e a mãe, o passivo. Você sabia que se, aquele pequeno bebê não estivesse protegido por aquela capsula, ele seria expulso do corpo da mulher como um corpo estranho? Sabia que é ele, em última instância, quem decide a hora de cair fora? Sabe qual é a diferença entre o óvulo fecundado, eu e você? O tempo e a nutrição. O óvulo fecundado tem três, oito, doze semanas, e eu 57 anos. Ele está em simbiose com a mãe por nutrientes, e eu como feijão com arroz”, contextualizou o pastor.
Ainda respondendo às feministas, Malafaia apresentou uma perspectiva alternativa sobre a questão do aborto, apontando que a interrupção de uma gravidez ceifa vidas e direitos.
“Eu gosto dessa frase das feministas: ‘toda mulher tem o direito de determinar sobre o seu próprio corpo’. Toda mulher. 50% dos fetos são do sexo feminino. São abortados? [Então] não tiveram direito de decidir sobre o seu próprio corpo. […] Nenhum ser humano tem o direito absoluto sobre o seu próprio corpo. Se você tentar se matar [e for mal sucedido], responde criminalmente, que dirá sobre o corpo de outros. […] Determinar indica responsabilidades”, argumentou.
“Querido, [a defesa do aborto] é uma covardia dos poderosos sobre os indefesos. Nenhum ser humano é mais humano do que outro. Ser e humanidade são intrínsecos. Nenhum corpo vivo pode se tornar pessoa a não ser que já seja em essência. O óvulo fecundado e o pequeno bebê no útero de uma mãe, uma mulher, já é um ser humano”, concluiu.
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