Belo Horizonte será palco de uma marcha que está sendo chamada de “Marcha para Satanás”. Considerado o primeiro do Brasil, o evento supostamente pretende chamar atenção para a a importância do “Estado laico”, entre outras pautas progressistas já bastante conhecidas.
Para um dos organizadores da marcha, o evento também é visto como uma forma de “protesto” contra questões que consideram “abusos” por parte de outras religiões ou pelo poder público.
“Nosso protesto é principalmente a favor do Estado laico e das liberdades individuais”, disse um dos organizadores em uma entrevista para o Bhaz. Segundo o portal, ele preferiu não revelar a sua identidade.
O pensamento dos organizadores reproduz a narrativa de “perseguição” adotada por alguns segmentos sociais, o que para eles justificaria a marcha como um ato de “protesto” diante dos supostos abusos cometidos por alguns setores.
”Muita gente é perseguida por não se adequar aos padrões colocados pelas religiões. Homossexuais, travestis, pessoas de religiões de origem africana, são colocadas à margem da sociedade por causa desse conservadorismo medieval”, afirmou o entrevistado.
O Brasil é um país laico, muito embora a maioria absoluta da sua população seja cristã. Para os organizadores da “Marcha para Satanás”, no entanto, existe diferença de tratamento por parte do poder público.
“Se as portas da política pública estão abertas pra uma religião, têm que estar abertas para todas. Se vai ter Jesus nas escolas públicas, vai ter Satanás nas escolas públicas”, afirmou o organizador.
“Se os imóveis de igrejas não pagam impostos, as casas daqueles que se declaram satanistas também tem que estar isentas”, disse ele.
Inspirado em organizações como o Templo Satânico e a Global Order of Satan, os idealizadores pretendem afastar a imagem naturalmente maligna associada aos adoradores de Satanás.
“Queremos fazer um protesto divertido, satírico e blasfêmico, e convidar a sociedade a ter mais pensamento crítico, mais empatia e substituir a sua intolerância pelo amor”, afirmou o organizador.