Investigado pela polícia por causa das denúncias feitas pelo líder do Afro-Reggae, o pastor Marcos Pereira é agora acusado de abuso sexual, tortura de crianças e envolvimento com traficantes de drogas.
O líder da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, conhecido pelo trabalho que faz em presídios, ganhou notoriedade nacional depois de pôr fim a uma sangrenta rebelião em um presídio do Rio, a pedido do então governador Anthony Garotinho. Desde então o pastor conquistou respeito em rodas que mesclam políticos, desembargadores, artistas e uma vasta turma egressa de ONGs.
Porém, em um inquérito recém-instaurado contra o pastor, ele é acusado de encenações de cura pela fé, estupro, tortura de crianças e relações criminosas com as pessoas que ele supostamente teria resgatado do crime. De acordo com a revista Veja, o inquérito que se encontra na Delegacia de Combate às Drogas do Rio contém o testemunho de um homem que trabalhou ao lado de Pereira por seis anos e agora revela os detalhes do envolvimento do pastor com o crime. O ex-fiel conta como Marcos Pereira apoiou a violenta onda de Terror que assolou o Rio de Janeiro em 2006 e como visava que atrocidades ainda maiores fossem cometidas: “Ele queria que os bandidos tivessem até explodido a Ponte Rio-Niterói. O objetivo era aparecer depois como o intermediário salvador”, afirma.
Outra testemunha alega que “Marcos foi ao presídio de Bangu 1 e saiu de lá com um recado dos chefões do tráfico para que suas quadrilhas dessem sequência à carnificina”. Essa testemunha alega ainda ter sido ela própria quem repassou a ordem dos criminosos nas favelas.
Antigo braço direito de Marcos, o pastor Rogério Ribeiro de Menezes, 39 anos, que agora trabalha com a ONG Afro-Reggae, conta que foi ameaçado de morte pelo pastor e relata detalhes do envolvimento dele com traficantes. Menezes conta que Marcos Pereira chegava a cobrar R$ 20 mil dos traficantes para pregar nas favelas, mantendo assim as bases assistencialistas dos bandidos.
Duas mulheres, que afirmam terem sido violentadas sexualmente pelo pastor, contam como a igreja se tornou um show de horrores, no qual lhes cabia o papel de vítimas. De acordo com relatos da polícia, uma das moças afirma que Marcos obrigava as fiéis de sua preferência a manter relações sexuais com outros homens, em orgias das quais também participava. “Depois, mandava a gente confessar tudo com outro pastor, sem revelar nomes, é claro”, explica.
O inquérito traz também denúncias de crueldades contra crianças que o pastor mantinha sob sua guarda, em geral abandonadas pelos pais. Um ex-assessor do pastor relata também que curas e milagres mostrados na igreja de Marcos Pereira não passam de encenações teatrais: “Ele dava dinheiro a viciados para comprarem droga, filmava a turma em degradação e depois levava para a igreja, como se os estivesse salvando”, afirma o ex-assessor, que relata também encenações de curas físicas.
Fonte: Gospel+