Marina Silva, que era candidata a vice na chapa do presidenciável Eduardo Campos, afirmou em entrevista que não embarcou no avião que caiu na última quarta-feira, 13 de agosto, devido a uma “providência divina”.
A programação inicial previa que ela e a esposa de Campos, Renata, embarcassem com o candidato no avião com destino a São Paulo, mas uma mudança de planos antecipou sua vinda para São Paulo.
No último sábado, 16 de agosto, quando foi para Recife (PE) se encontrar com a família de Eduardo Campos para o velório do candidato, a missionária assembleiana viajou ao lado do marido, Fábio Lima, com fones de ouvido, escutando atentamente uma pregação, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. Entre uma folheada e outra na Bíblia, leu o Salmo 23: “O Senhor é meu pastor, e nada me faltará”.
“Foi uma providência divina”
Foi com esta frase que Marina explicou aos jornalistas o motivo de ela, candidata a vice na chapa de Eduardo Campos, não viajar com o presidenciável. Na noite anterior, após participar de um evento de campanha no Rio de Janeiro ao lado de Eduardo, Marina preferiu antecipar a viagem de volta a São Paulo ao invés de dormir na capital fluminense.
Às vésperas da confirmação oficial de sua candidatura em substituição a Campos – o PSB deverá aguardar três dias de luto após o sepultamento do candidato para anunciá-la oficialmente – Marina afirmou que sabe a medida exata do que se espera dela nesse momento: “Sinto o senso de responsabilidade e compromisso que a perda de Eduardo impõe”, disse.
Marina foi ao enterro de Campos acompanhada do marido e de três filhas. Apenas o filho Danilo não compareceu à despedida do candidato.
Marina no segundo turno
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 14 e 16 de agosto, após a morte de Eduardo Campos, mostra que Marina Silva tem hoje 21% das intenções de voto, em segundo lugar na corrida pelo Palácio do Planalto.
O levantamento anterior mostrava Eduardo Campos com apenas 8% das intenções de voto, contra 20% de Aécio Neves (PSDB) e 36% da presidente Dilma Rousseff (PT).
Em abril deste ano, quando o Datafolha fez a última medição de intenção de voto considerando a possibilidade de Marina ser a candidata à presidência, a ex-senadora tinha 27% das intenções de voto, contra 38% de Dilma e 16 de Aécio.
Agora, após a morte de Eduardo Campos, o salto da candidatura do PSB de 8% para 21% se deve ao fato de Marina atrair para si boa parte dos eleitores que se diziam indecisos ou sem saber em quem votar, de acordo com o instituto de pesquisa.
Numa simulação de segundo turno, Marina Silva estaria empatada tecnicamente com Dilma Rousseff. A pesquisa apontou que 47% votaria na candidata do PSB, contra 43% dos eleitores favoráveis à reeleição da presidente. Como o instituto de pesquisa considera que a margem de erro é de 2%, ambas poderiam estar empatadas em 45% das intenções de voto, assim como o oposto também seria possível: Marina ter 49% e Dilma, 41%.
Veja o infográfico do jornal Folha de S. Paulo sobre a pesquisa: