Um psicoterapeuta católico que ganhou destaque nas redes sociais nos últimos anos está sendo acusado de assédio a mulheres que o procuraram para receber aconselhamento. Diante do escândalo, o pastor Rodrigo Mocellin aproveitou para pontuar que somente a mensagem do Evangelho pode curar dores da alma.
Miguel Soriani tem um curso voltado ao combate à pornografia e soma mais de 420 mil seguidores no Instagram. As acusações contra ele vieram de dois outros influenciadores, que expuseram queixas de usuárias da rede social que o procuraram para receber ajuda e terminaram sendo assediadas.
Geisiane Freitas, jornalista, e Gil Gabriel Outeiro, médico e escritor, publicaram prints de diálogos do psicoterapeuta com pacientes que o procuraram para receber aconselhamento e terminavam recebendo abordagens sexuais, como pedidos de “nudes”, por exemplo.
Como Miguel Soriani é uma figura de grande influência nos círculos católicos, tendo participado do podcast Conversa Paralela, da Brasil Paralelo, a repercussão foi imediata. O pastor Rodrigo Mocellin, que tem dedicado parte de sua atividade nas redes sociais para combater abusos cometidos por profissionais de psicologia, falou sobre o caso em um vídeo em seu canal no YouTube.
“Isso não é papo de gente decente. […] Cantadas diretas, coisa de ‘nudes’, e por aí vai. Cantadas bem explícitas mesmo, tanto é que ele já gravou uma live hoje de manhã [terça-feira, 01 de outubro] e confessou, mesmo porque não teria como não confessar já que as denúncias foram feitas mediante provas”, introduziu Mocellin.
O pastor afirmou que vê as alegações de Soriani de que “os anabolizantes é que causaram essa tara nele” como uma fuga da responsabilidade pelos próprios atos:
“Ele falou que está doente. E aí as coisas mudam, não é? Porque quem está doente precisa de misericórdia e tratamento, mas quem está em pecado precisa ser disciplinado e necessita de arrependimento. A simples mudança da palavra, ao invés de descrever como pecado, mas como doença, um problema de hormônio ou de anabolizante, muda tudo”, alertou Mocellin.
“Esse é um grande problema da psicologia/psiquiatria moderna. ‘Eu nunca sou o culpado’; ‘É a serotonina, é o lobo central, são os meus hormônios, é o meu cérebro, é o meu corpo’; ‘Eu não sou responsável’. E é óbvio que uma perspectiva dessa induz, é uma tendência a uma vida imoral”, acrescentou.
O caso, na perspectiva de Mocellin, serve para ilustrar que filosofias e ciências não podem oferecer a cura para as mazelas humanas: “O Evangelho, o verdadeiro cristianismo, é o único que pode nos ajudar a lidar com as nossas fraquezas. Nem entro no debate, aqui, se esse homem – o Miguel – é um canalha desde sempre ou alguém que começou bem e se desviou”, concluiu.