O pastor Rodrigo Mocellin apontou uma cosmovisão equivocada à luz da Bíblia no filme Divertida Mente 2 e se disse preocupado com o fato de muitos cristãos não notarem a sutil mensagem antibíblica que a animação da Pixar transmite.
O filme é um dos maiores sucessos de 2024, com US$ 1 bilhão arrecadados em tempo recorde: apenas 25 dias desde seu lançamento. No Brasil, o filme segue liderando a lista dos filmes mais assistidos.
Rodrigo Mocellin, que é um dos principais críticos da psicologia moderna entre os evangélicos, afirmou que há uma mensagem sutil que é transmitida pelo filme de maneira a contrariar princípios bíblicos:
“Estou falando da filosofia. As coisas não surgem do nada, há sempre uma coisa por trás. Os assuntos desenvolvidos no filme – quem somos nós?; como nós somos formados?; o que nos controla e nos motiva a agir? – procedem de uma cosmovisão, e obviamente ímpia”, introduziu o pastor da Igreja Resgatar, de Guaratinguetá (SP).
“É interessante notar”, diz o pastor, “que os cristãos, muitas vezes, olham um filme como esse e não conseguem perceber essa cosmovisão que não é cristã”, alerta, acrescentando que “apesar de algumas coisas serem até interessantes no filme, tem uma filosofia que não é cristã”.
O problema
A protagonista, Riley, enfrenta os desafios da puberdade e, nessa descoberta das mudanças de humor e ambientes, muda radicalmente seu comportamento: “Ela nega a ela mesma, está fazendo de tudo para ser aceita, para não ficar sozinha. A partir disso, sua nova personalidade está formada. ‘Eu não sou boa o bastante’. Essa é a nova Riley, desesperada por aceitação, ela se sente sempre inadequada”.
Mocellin pontuou que “vários psicólogos acompanharam a construção do enredo” e que esse seria o motivo de o filme repetir conceitos que estão presentes na cultura secular, de maneira predominante:
“As ideias não surgem do nada, elas vêm de algum lugar, de uma cosmovisão – e aqui, em essência, uma cosmovisão ateísta. Então, é importante ter esse pano de fundo para compreender tudo que a gente vê ao longo da história”, argumenta.
O pastor diz que filme evidencia o descaminho da protagonista, mas erra em sugerir que a razão disse sejam as emoções: “Diante dos desafios da vida ela tem medo do amanhã. Pense, por exemplo, na crise de ansiedade que ela teve no meio do jogo: o desejo de entrar no time era tão desesperador que gerou nela uma crise de ansiedade. Mas o que a levou a ter essa crise de ansiedade? Um vírus? Serotonina? Não! Um desejo desesperado por algo, uma falsa crença de que a vida acabaria se ela não entrasse para o time”.
A idolatria é o nome do pecado que caracteriza a ansiedade, diz Mocellin: “Um desejo errado, falsa crença, tudo isso nos leva ao desespero e as crises de pânico. Mas isso não é doença. Nossa ansiedade tem a ver com os nossos ídolos. ‘Quando vocês disseram que iriam para outra escola, eu surtei’, lembra? Ela fez das suas amigas o seu ponto de segurança”.
“É isso o que a Bíblia diz ser a causa de nossa ansiedade: depositar em qualquer coisa, ou pessoa que não Deus, a esperança, a razão da nossa alegria”, acrescenta Mocellin.
“Antes de falar ‘não andem ansiosos’ Paulo diz ‘alegrem-se no Senhor’. Quando você coloca a sua fonte de alegria em Deus, você não é dominado pela ansiedade. Pois, a ansiedade não é o medo do futuro? Não é o medo de perder alguma coisa? Você pode perder tudo, menos Deus! Ninguém pode tirar Deus de você”, finaliza o pastor.