A ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), virou alvo de críticas após participar de uma reunião organizada por mulheres ligadas à esquerda, a fim de tratar temas progressistas, tais como a descriminalização do aborto e a promoção de pautas de gênero.
A reunião ocorreu na sexta-feira do último dia 28 de janeiro, no apartamento da ex-senadora e ex-prefeita Marta Suplicy. Estiveram reunidas cerca de 30 mulheres, sendo elas lideranças políticas, ativistas, personalidades, intelectuais e escritoras.
Segundo informações de O Tempo, a ministra se opôs ao uso da palavra “aborto” na carta. Em vez disso, sugeriu que a palavra fosse substituída por termos como “questões da mulher”.
“Isso aí causa muita polêmica”, afirmou Carmen Lucia, pouco antes de sair da reunião. No final das contas, a versão final da carta fez referência à “manutenção e expansão dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres”.
Para Lenise Garcia, professora aposentada da Universidade de Brasília (UnB) e presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, o uso de expressões como “direitos sexuais” ou “reprodutivos” visam suavizar o impacto da palavra “aborto”, servindo como substitutos linguísticos, o que não muda a natureza da questão.
Lenise explicou que esse tipo de maquiagem linguística começou a ser usado nas conferências da Organização das Nações Unidas sobre a mulher na década de 1990, segundo informações da Gazeta do Povo.
“Naquelas conferências, ainda muita gente foi enganada por essa expressão. Acabaram aprovando documentos em que elas constavam sem se dar conta, exatamente, do que estava sendo colocado”, explica a professora. “É evidente que isso é um eufemismo para se referir, principalmente, ao aborto”.
Pelas redes sociais, ativistas pró-vida criticaram a presença de Carmen Lúcia na reunião progressista ligada à esquerda. A psicóloga cristã Marisa Lobo, colunista do Gospel Mais que milita há décadas contra o aborto no país, também se manifestou ao saber do acontecimento.
“Deixo aqui o meu repúdio a esse documento e a minha indignação pela participação de uma ministra do STF em mais esse ato político. Como ativista pró-vida e conservadora, não posso me calar diante dessa verdadeira aberração travestida de ‘direitos'”, disparou.
O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) também reagiu pelas redes sociais, sugerindo que a atitude da magistrada ao se encontrar com lideranças políticas seria fruto de ativismo judicial.
“Qual o sentido de uma ministra do STF se reunir no apartamento da ex-petista Marta Suplicy com mais 30 mulheres para debater política?”, questionou o parlamentar. “O certo não é uma posição de neutralidade, ainda mais a anfitriã sendo uma esquerdista carimbada? A ministra deve respeitar a liturgia do cargo.”