A Marcha Pela Vida de 2022 atraiu aproximadamente 100 mil pessoas nos Estados Unidos. Mesmo num dia frio em Washington (DC), famílias inteiras, com destaque para jovens, reiteraram a mensagem de luta contra o aborto.
O contexto atual dos Estados Unidos, com o governo progressista de Joe Biden – prometendo uma lei que legalizaria o aborto até o nascimento – e uma disputa na Suprema Corte em torno do precedente estabelecido pelo caso Roe versus Wade, impulsionaram a presença do público.
Em dezembro, a Suprema Corte aceitou ouvir um caso movido pelo estado do Mississippi, que contesta o precedente. Se os juízes da mais alta instância da Justiça nos Estados Unidos derem razão à argumentação, a liberação para o aborto no país deixa de existir.
“Roe [versus Wade] não é lei estabelecida”, lembrou a presidente da Marcha Pela Vida, Jeanne Mancini, durante a manifestação que precedeu a marcha. Ela também cobrou a Suprema Corte a reconhecer que um dos valores mais fundamentais da América, a igualdade, deve ser aplicado a todos os seres humanos, incluindo bebês no útero.
Por causa do precedente, aberto em uma decisão de 1973, nesse caso, os estados são forçados a legalizar o aborto sob demanda até a viabilidade e autorizados a legalizar o aborto sem limites até o nascimento.
Até hoje, mais de 63 milhões de bebês não nascidos em abortos foram contabilizados nos EUA, todos realizados sob a cobertura do caso Roe versus Wade.
A jornalista Cristina Graeml, da Gazeta do Povo, destacou o fato de a imensa multidão que se posicionou contra o aborto no evento ser formada também por jovens é uma mensagem clara sobre a importância das famílias:
“É gente que poderia facilmente ter sucumbido à propaganda massiva da indústria abortista e seus apelos por soldados da ‘liberdade a qualquer custo’, mas que preferiu guerrear em defesa da vida”, apontou.
“Ver tantos rostos jovens na Marcha Pela Vida prova que, com boa educação, esclarecimento, informação e cuidados, a notícia de uma gravidez indesejada é menos provável e o anúncio de bebê a caminho é motivo de celebração, não de medo”, argumentou.
Uma das lideranças que discursou no evento foi Katie Shaw, que defende os direitos dos deficientes com síndrome de Down. Ela afirmou que bebês não nascidos com síndrome de Down costumam ser abortados, o que na prática representa eugenia:
“Há uma lista de espera de bebês com síndrome de Down para serem adotados, mas 80% de nós são abortados. Estou com o coração partido ao pensar em todos os meus amigos que não estão aqui hoje por causa do aborto”, disse Shaw.
“A igualdade começa no momento da concepção. Estou orgulhosa de estar aqui hoje para marchar e mostrar ao mundo que as pessoas com deficiência precisam de uma chance de viver suas vidas fora do útero”, declarou.
A marcha reuniu defensores pró-vida de todos os lados da política. Dan Lipinski, um democrata pró-vida e ex-congressista de Illinois, expressou confiança de que a Suprema Corte derrubará o precedente em breve: “Ano que vem será uma nova era porque Roe [versus Wade] será passado! Ser pró-vida não pode ser uma questão partidária. A proteção igual para bebês no útero deve ser um objetivo universal”.
Uma pesquisa recente indicou que 71% dos americanos querem que o aborto seja ilegal ou que existam mais limites para a realização de abortos, segundo informações do Life News.
“Estamos do lado certo da história na batalha. Eu precisava de você então, e esses bebês precisam de você agora. Não vamos parar até que o aborto seja impensável”, disse Toni McFadden, mãe pós-aborto e defensora pró-vida da Students for Life.