A última sexta-feira, 27 de abril, ficou marcada na história do século 21 como o dia em que as duas Coreias chegaram a um acordo para pôr fim à guerra de mais setenta anos entre os dois países, além de se comprometerem a acabar com as armas nucleares na península que forma seus territórios.
Entre diversos itens que fazem parte do esforço de entendimento dos dois países, alguns foram destacados pela entidade Missão Portas Abertas como possíveis influenciadores, a longo prazo, da situação da Igreja Perseguida na Coreia do Norte.
Para a Missão Portas Abertas é difícil prever o que pode acontecer de imediato, e se o acordo político vai resultar em maior liberdade religiosa e intelectual no país governado pelo regime comunista.
“Uma visita histórica como essa poderia, de fato, sinalizar uma mudança — mesmo que sutil — na posição linha-dura da Coreia do Norte. É possível que essa visita seja o começo das orações respondidas para aliviar parte da pressão sobre os cristãos perseguidos no norte”, afirmou a organização.
Mesmo que ainda não se possa tirar conclusões mais assertivas sobre a situação, é possível que a longa história de perseguição aos cristãos na Coreia do Norte possa ter começado a mudar: “As discussões sobre a desnuclearização e a paz são excelentes pontos de partida, mas o futuro dos cristãos norte-coreanos ainda não está claro”, destacou.
Há 17 anos consecutivos, a Coreia do Norte tem sido classificada pela Portas Abertas como a nação mais perigosa do mundo para os cristãos. “Não sabemos o que essas conversas de paz irão significar para o futuro da Igreja nesta região, mas isso deve nos estimular a lembrar do Corpo de Cristo sofredor na Coreia do Norte”, pontuou.
A Coreia do Norte se tornou ao longo das últimas décadas um dos países mais fechados do mundo. A dinastia Kim, que rege o país desde 1948 – e foi responsável por liderar o país na guerra contra a Coreia do Sul entre 1950 e 1953 – governa com pulso firme e considera qualquer religião que não seja o culto aos descendentes do “eterno líder”, Kim Il-sung, prejudicial ao Estado.
Como vivem isolados, os cristãos norte-coreanos ficam surpresos quando tomam conhecimento que há orações por eles de irmãos na fé de todas as partes do mundo. “Acabamos de descobrir que Deus mobilizou cristãos fora deste país para orar por nós e nos ajudar financeiramente. Estamos surpresos que Deus nos ame tanto”, disse um cristão da Coreia do Norte, segundo a Portas Abertas.
O entendimento entre as duas Coreias é um avanço na luta por paz, mas as orações dos cristãos pela Igreja Perseguida no país do Norte não devem cessar.