O testemunho de uma cristã que foi criada como muçulmana mas se rendeu a Jesus Cristo é um exemplo de como é a vida sob perseguição de muitos crentes ao redor do mundo: ela precisou fugir com seis filhos para não ser morta pelo marido após sua conversão.
Rael era muçulmana e se casou com um muçulmano, mas em 2018 ela ouviu o Evangelho no Quênia e, dias depois, sonhou com Jesus e se entregou a Ele. Como estava em um contexto muçulmano, passou a frequentar uma igreja às escondidas para ouvir a Palavra, e às vezes levava os filhos.
Em 2019 seu marido, que provia uma vida confortável para a família, descobriu que ela tinha se tornado cristã, e a ameaçou de morte se não negasse a Cristo. Em meio a essas tensões, um dia uma filha do casal viu o pai com uma faca na mão procurando pela esposa e ameaçando mata-la.
A menina conseguiu fugir e avisou a mãe a tempo de escapar, mas Rael se viu nas ruas com seis dos seus filhos mais novos. Eles conseguiram um abrigo por uma noite, enquanto assimilavam que jamais poderiam voltar para a vida que tinham antes.
Atirados na rua
Rael e os seis mais novos se viram atirados na rua: “Eu estava em uma situação muito difícil porque meu marido me rejeitou quando me converti a Cristo”, relembrou.
Após uma semana nas ruas, a família foi abençoada com um quarto para ficar. Mas, sem comida ou roupas de cama, espalharam roupas velhas no chão para dormir. Debaixo de frio e estresse, Rael ficou doente.
Em dezembro de 2021 o caso de Rael chegou ao conhecimento da Missão Portas Abertas, que ofereceu o apoio de que ela precisava: “Cheguei a um ponto em que estava exausta e clamei a Deus por ajuda. E ele me ajudou, segurou minha mão e me deu amigos por meio de vocês. Recebi ajuda. Desde que conheci [os parceiros locais], vocês compraram colchões para mim, me deram comida, pagaram meu aluguel. Estou ainda seguindo em frente. Deus me ajudou por meio de vocês. O que ele prometeu, cumpriu”, testemunhou.
Os parceiros locais são missionários que atuam de forma discreta, em um esforço de mapear as pessoas em situação mais vulnerável para direcionar a ajuda oferecida pela Portas Abertas.
A entidade também ajudou a cristã perseguida com despesas médicas que ela tinha e hoje ela pode cantar sobre a fidelidade de Deus, mesmo que com algumas lágrimas.
“Somos profundamente gratos pelo apoio contínuo da igreja brasileira que nos permite ajudar novos convertidos e suas famílias em suas necessidades emergenciais de modo que elas sejam testemunhas do amor de Deus em suas comunidades no Quênia e em toda a África Subsaariana”, diz uma nota da Portas Abertas.
Rael pede que a Igreja de Cristo se lembre dela e de outros cristãos perseguidos nas orações: “Lembre-se de mim em orações para que Deus continue me abençoando, como Ele tem feito, para que eu possa educar meus filhos, e quando eu terminar, darei um testemunho de onde Deus me tirou. Que Ele os abençoe muito, a cada um de vocês”, finalizou.