Edie Littlefield Sundby é uma pessoa que há dez anos desafia o diagnóstico médico, que havia dado apenas três meses de vida por conta de um agressivo câncer, e se dedica a testemunhar sua cura.
Ex-executiva da IBM, a empresa gigante de tecnologia, Edie se tornou a primeira pessoa, em 250 anos, a percorrer à pé a rota missionária chamada de El Camino, um trajeto que praticamente atravessa estado da Califórnia, para provar que estava curada. Mas, o mais impressionante de seu testemunho é a jornada até a cura de um câncer de estágio quatro na vesícula biliar.
O tratamento foi feito com 79 sessões de quimioterapia, cirurgias com radiação no fígado e no pulmão. A certa altura, ela perdeu 60% do fígado e o pulmão direito, segundo contou ao portal Bible Gateway.
“Foi uma limpeza espiritual, emocional e física. Antes da caminhada, eu lutei contra esse câncer e quando finalmente emergi, depois de cirurgias e quimioterapias, meu corpo exausto e minhas emoções sobrecarregadas, eu precisava me esvaziar. Cinco meses depois de perder meu pulmão direito, em fevereiro de 2013, comecei a caminhar na missão, começando em San Diego, perto de onde moro. Depois de andar por 55 dias, cheguei em Sonoma, Califórnia”, contou.
Mas, a vitória não estava completa, e Edie não sabia que teria que derrotar seu inimigo mais uma vez: “Dois anos depois, uma tomografia computadorizada revelou que o câncer estava de volta. Desta vez um tumor no meu pulmão esquerdo, que estava saudável. Eu sabia que era hora de terminar a caminhada. No outono de 2015, começando em Loreto, no México e, auxiliada por 20 vaqueros, andei seguindo a antiga trilha missionária espanhola para a fronteira da Califórnia, através das serras e do deserto de Sonoran”, relatou.
Essa peregrinação por antigas rotas de missionários espanhóis proporcionou a ela o que chamou de “conexão com o criador”, uma busca por compreender a essência do ser humano.
“Eu acredito que há dentro de cada um de nós um anseio de conectar-se com a graça. Para iluminar nossas vidas e se conectar completamente com Deus. Uma peregrinação é uma caminhada de fé. Uma caminhada de longa distância arruma a mente. Longas caminhadas são tônicas para o espírito, e não para o corpo”, conceituou.
Edie revelou que durante uma peregrinação “o coração se envolve e ajuda a mente a decidir o que manter e o que descartar”.
“Uma vez que a mente emocional está esvaziada, o coração retorna ao seu estado natural e alegre. Aí está a graça. Deus é um mistério. A vida é um mistério. E mesmo com todo o nosso conhecimento científico, o câncer ainda é 99% de mistério. O mistério está em toda parte e nós também estamos muito cegos para vê-lo”, explicou.
“Minha longa peregrinação foi necessária para me reconectar com esse mistério. Com a graça de Deus eu me tornei uma oração ambulante. Mil passos se tornaram mil orações”, relembrou, antes de acrescentar que “andar é uma fuga de um mundo frenético de 140 caracteres do Twitter, de uma vida artificial nas mídias sociais”.
“O mundo moderno parece menos genuíno e mais impessoal com cada novo avanço tecnológico. Quanto mais nos conectarmos através da tecnologia, mais arriscamos a se desconectar de si mesmo”, ressaltou.
Em seu relato, ela contou que agora sabe que a oração é realmente poderosa para quem luta contra uma doença: “Eu acredito que não há caminho certo ou errado para orar por qualquer coisa ou por qualquer pessoa. Quando abrimos nossos corações a Deus e pedimos que Ele nos fale e nos deixe escutar, Ele nos guiará sobre o que dizer, o que fazer e como orar. Eu acredito que Deus fala a cada coração através da Bíblia e da oração”.
“Quando meu câncer voltou pela terceira vez, em meio ao medo e desespero, clamei a Deus para me ajudar e abri minha Bíblia. Li Jó 40:11. Eu entendi instantaneamente, e profundamente, o que Deus estava me dizendo. Que eu deveria derramar meus medos, para que eu pudesse ser preenchida com sua graça de cura”, testemunhou.
“Derrama os furores da tua ira, e atenta para todo o soberbo, e abate-o” -Jó 40:11
“Este versículo mudou minha vida naquele dia, e todos os dias desde então. Todos os dias há sofrimento, raiva, medo, desespero. Outros dias trazem , desânimo e dúvida. Seja lá o que for, temos que despejar isso. E deixe o espaço para a graça, para a alegria, para o amor, paz e para Deus”.
Ao finalizar, Edie comentou que a música cristã foi uma amiga durante sua jornada: “A música evangélica é emocional e também nos ajuda a escapar da emoção. Ouvir o Evangelho nos permite derramar nossas emoções e escapar de seus efeitos nocivos. O espaço esvaziado está cheio de energia espiritual. Nossa vida se abre para a graça de Deus. A música evangélica é uma grande razão pela qual estou viva hoje”, concluiu.