Em Semey, o pastor batista Viktor Kandyba, sua esposa Olga e seus 12 filhos foram ameaçados de perderem metade da casa onde moram depois de se recusarem a pagar uma multa por liderarem uma igreja não-registrada. “Ninguém apareceu até o momento, mas eles podem chegar a qualquer hora”, disse o pastor.
Viktor Kandyba lidera uma congregação batista na cidade de Semey (Semipalatinsk) no lado oriental do Cazaquistão. “Esta é uma repressão injusta”, afirmou o pastor. Ele conta que sua congregação conta com 25 adultos e 35 crianças e que eles não se reúnem em sua casa e sim na de outro membro.
Bens confiscados
Carros, máquinas de lavar roupa, porcos e dinheiro de oferta à igreja têm sido confiscados de outros batistas por não terem pago as multas impostas pelas autoridades por conta da falta de registro ( leia mais sobre a guerra econômica).
O diretor-sênior para Assuntos Religiosos do Cazaquistão, Yeraly Tugzhanov, negou veementemente que as penas e o confisco de bens representem perseguição aos cristãos locais.
“Ninguém está sendo perseguido por causa de sua fé”, disse ele ao Fórum 18. “Deixem-nos orar, não há problema nisso, o caso é que a lei determina que eles se registrem”, disse Yeraly.
Assim que um bem de consumo ou propriedade ficam embargados pela justiça para o pagamento de multa, seus donos não podem mais vendê-lo e o acesso a eles é negado. Isso já aconteceu com uma mãe e um filho pequeno que não podem mais entrar em casa.
O Conselho de Igrejas Batistas possui mais de 100 congregações de diversos tamanhos ao redor do Cazaquistão, que formam uma rede de casas de oração, a maior parte em residências particulares.
As congregações se recusam a fazer o registro oficial junto às autoridades por uma questão de princípio, pois acreditam que tais inscrições estatais constituem uma interferência, ainda que não comprovada, em suas atividades.
Durante a última década as autoridades puniram seguidamente os adoradores que se reúnem em residências particulares.
No mês passado o pastor Viktor Kandyba foi informado de que iria a julgamento sob a acusação de violar o Código Administrativo de Ofensas, por liderar uma comunidade religiosa sem registro oficial.
No dia seguinte um oficial do Comitê de Segurança Nacional insistiu para que o pastor o informasse de tudo o que acontecia na igreja clandestina e invocou o termo “terroristas” para os membros da congregação, por manterem “atividades subversivas”.
Fonte: Portas Abertas