O teólogo brasileiro Augustus Nicodemus participou de um debate sobre o estudo conduzido por Lee D. Ross, professor de psicologia na Universidade de Stanford, que mostrou que muitos cristãos dizem que suas próprias opiniões sobre questões como aborto e casamento homossexual são muito diferentes das que Jesus teria.
Nicodemus, que é doutor em teologia e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, falou sobre o estudo apontando o fato como uma relativização dos ensinamentos bíblicos. Segundo ele “a relativização das palavras de Jesus se dá quando a aceitação literal e natural delas coloca pessoas numa situação difícil, desconfortável ou questionável”. Ele explica ainda que “em vez de ajustar em sua vida às palavras do Senhor, muitos preferem relativizá-la para escapar às consequências das mesmas”.
O teólogo falou também da tendência apontada pelo estudo de que cristãos liberais teriam mais dificuldade para conciliar sua opinião com os ensinamentos do Antigo Testamento, enquanto os conservadores dizem que os ensinamentos do Novo Testamento muitas vezes entram em conflito com suas opiniões políticas.
Para Nicodemus, liberais são aqueles que se dizem cristãos, mas negam a infalibilidade da Bíblia em questões fundamentais como os milagres, ressurreição literal e física de Jesus de entre os mortos ou mesmo a plena divindade de Cristo. Enquanto os conservadores defendem a infalibilidade da Bíblia, a realidade dos milagres e a ressurreição de Jesus, bem como sua segunda vinda literal. Ele completou ainda: “Eu pessoalmente entendo que o liberalismo é uma religião diferente do Cristianismo” e disse ainda que “há muitos destes [liberais] no Brasil”.
Segundo o The Christian Post Nicodemus explicou sobre essas divergências teológicas, afirmando que a mensagem central da Bíblia é clara e pode ser resumida no Credo Apostólico. “Dificilmente um verdadeiro cristão discordaria das palavras de Jesus. Ele mesmo disse que as suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem”, afirmou.
“Deveríamos seguir a verdade onde ela nos levar”, concluiu o teólogo, que afirmou ainda que as diferentes interpretações não vêm apenas de pontos não muito claros na Bíblia, mas também porque as pessoas tendem a interpretar as escrituras de acordo com suas experiências pessoais.
Fonte: Gospel+