Uma pesquisa promovida pelo DataSenado, instituto de pesquisas do Senado Federal constatou que a maioria dos brasileiros é contra a legalização do aborto e das drogas, além de outras questões sociais polêmicas, como aumento do tempo de pena para condenados e diminuição da maioridade penal.
O levantamento ouviu 1.232 pessoas de 119 cidades brasileiras, e foi realizado para subsidiar o debate em torno do novo Código Penal no Congresso Nacional.
Entre os assuntos abordados na pesquisa, 51% acreditam que a decisão em relação à ortotanásia, termo usado pelos médicos para se referir à interrupção do tratamento para pacientes terminais, deve ser realizada pela família.
Sobre o uso drogas, a maioria absoluta das pessoas entrevistadas, 89%, afirmaram que a lei deve considerar crime o cultivo e o porte de drogas para consumo próprio.
A mesma pesquisa revelou também que em geral, o brasileiro entende que discriminações a partir de fobia devam ser consideradas crime: 85% são favoráveis a punições por xenofobia e 70% acreditam que pessoas que maltratarem homossexuais devam ser processadas.
Para a maioridade penal, a pesquisa constatou que 35% dos entrevistados acreditam que a partir dos 16 anos de idade, a pessoa que cometer um crime deve ser julgada como adulto.
O tempo máximo de permanência na cadeia de pessoas condenadas, que hoje é de 30 anos, deve ser aumentado para 50 anos, na opinião de 36% das pessoas ouvidas pela pesquisa. 70% acreditam que presos que trabalham na cadeia devam receber o benefício da redução da pena.
Um dos temas mais polêmicos, o aborto, é na visão de 82% dos entrevistados, algo que deve ser proibido para casos em que a gravidez é indesejada, como por exemplo, fruto de uma relação sexual sem compromisso.
Recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela descriminalização da interrupção terapêutica do parto em casos de fetos com anencefalia. O caso ficou conhecido como “aborto de anencéfalos” e causou grandes protestos de líderes cristãos em todo o Brasil.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+