O deputado federal Mário de Oliveira (PSC) foi mencionado pela Polícia Civil de São Paulo como o principal suspeito de articular um plano para assassinar o também deputado Carlos Willian (PTC-MG) e, conforme o noticiário distribuído pelas principais agências de notícia do Estado na segunda, a ação inclui acusação de participação do ex-secretário Municipal das Administrações Regionais (Sear) durante a gestão de Antonio Izzo Filho, Celso Braz do Nascimento.
As informações contidas em inquérito instaurado pelo 7º Distrito Policial (DP) de Osasco (SP) são de que um freqüentador da Igreja do Evangelho Quadrangular, Odair da Silva, foi descoberto e preso, onde confessou que fez a contratação de um pistoleiro profissional para assassinar Carlos Willian a mando de Celso Nascimento, que negou a participação. Mas segundo Silva, o serviço foi discutido e planejado com Celso Nascimento, chefe de comunicação da igreja que é presidida pelo deputado Mário de Oliveira.
O inquérito com a confissão do intermediário na suposta tentativa de crime foi remetido pela Polícia Civil de Osasco ao Supremo Tribunal Federal (STF), em razão dos dois envolvidos serem deputados federais. A polícia confirma que Odair Silva foi surpreendido e confessou a participação na contratação do pistoleiro, a pedido de Celso Nascimento. O ex-secretário já foi ouvido pela polícia em depoimento e negou qualquer participação no episódio, a exemplo de Mário de Oliveira.
Celso Nascimento é membro da igreja evangélica em Bauru há vários anos, tendo se transformado em pastor e assumido função de coordenadoria regional e nacional, até assumir a área de comunicação da igreja comandada pelo deputado Mário de Oliveira. O hoje deputado iniciou sua participação na igreja em Bauru, com a instalação de uma sede no início das atividades da Quadrangular, galgando outros postos, até assumir o comando nacional da denominação. Ele recebeu título de Cidadão Bauruense na legislatura passada.
Plano de assassinato
A trama, supostamente articulada por integrantes da igreja, foi descoberta por acaso, com a prisão, por policiais de Osasco, de Odair da Silva, freqüentador da Quadrangular. Na última terça-feira, em depoimento no 7º Distrito Policial daquela cidade, Odair confessou que contratou por R$ 150 mil um pistoleiro conhecido como Alemão para executar Carlos Willian.
A intermediação, conforme o relatório policial, foi feita por Celso Braz do Nascimento, membro da igreja e assessor político de Oliveira. De acordo com as investigações policiais, de janeiro a abril passado Alemão esteve em Belo Horizonte (BH) diversas vezes estudando a rotina de Carlos Willian e “não matou a vítima por circunstância alheia à sua vontade”, conforme o relatório.
Uma nova tentativa ocorreria na última quinta-feira, na rodovia estadual que liga o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de BH, à capital mineira. Mas Odair foi preso antes, frustrando o plano de homicídio. Os policiais de Osasco apuravam um assassinato e receberam uma denúncia anônima indicando que Alemão seria o autor do atentado.
Diante da informação de que ele estaria em um shopping de Barueri, realizaram uma diligência. O pistoleiro conseguiu fugir, mas deixou para trás um cartão de memória contendo diversas gravações de conversas com Odair, que estava com ele e acabou preso. O conteúdo da conversa trata do local e do pagamento pelo assassinato encomendado.
Com Odair foi encontrada cópia da carteira de habilitação de Marcos Régis de Moraes, o “Marquinhos”, apontado como motorista do deputado Oliveira. Os policiais encontraram ainda anotações de placas de dois veículos (HDQ-0220 e HAQ-4904), “ambos cedidos pela assessoria do deputado Mário de Oliveira e usados por Odair quando em serviço em Belo Horizonte”. Os automóveis estão cadastrados num dos endereços residenciais do deputado do PSC.
Segundo Odair, o motivo para o assassinato seria o fato de Willian ter “roubado” R$ 800 mil de Oliveira. O deputado alvo da tentativa de homicídio, conforme o contratante, teria também demitido e “humilhado” a mãe do parlamentar presidente da Igreja Quadrangular. Metade do valor acertado – R$ 75 mil – já teria sido paga.
Fonte: Bom Dia Baurú