Bento 16 também voltou a criticar as seitas, disse que o catolicismo não foi imposto aos índios americanos e falou contra o “machismo” característico da América Latina.
No mais importante pronunciamento no Brasil, de onde decolou às 20h55 deste domingo, ele demonstrou, falando em espanhol, que deseja que as discussões que os bispos manterão até o dia 31 de maio se concentrem em temas religiosos.
Além das ideologias, Bento 16 apontou como responsáveis de “um certo enfraquecimento da vida cristã” vários fatores como “o secularismo, o hedonismo, o relativismo e o proselitismo das numerosas seitas, de religiões animistas e novas expressões pseudo-religiosas.” O papa não economiza palavras quando ao referir às igrejas evangélicas que crescem no Brasil e na América Latina “uma das razões de a conferência episcopal acontecer em Aparecida”.
O papa criticou até o machismo típico da região, chamando-o de “a desgraça da mentalidade machista” – apesar de analistas apontarem a própria Igreja, com o celibato e a proibição de mulheres oficiarem missa, como um dos fatores para essa característica.
Bento 16, com sua receita para reforçar o catolicismo (falou até na importância da missa dominical) tenta influenciar a discussão que acontecerá quando ele já estiver de volta à Roma, depois de uma passagem fervorosa pelo Brasil (ele se surpreendeu com a receptividade local), mas que em termos numéricos ficou abaixo das expectativas da Igreja (suas missas no Campo de Marte e em Aparecida reuniram menos público do que o esperado). A conferir se sua presença no Brasil irá influenciar mais os 266 religiosos na Conferência Episcopal ou os milhões de fiéis da região. [ continue lendo ]